As fraudes digitais aumentaram muito no Brasil depois da pandemia e se tornaram também mais elaboradas e “profissionais”. Na luta contra os golpistas, as instituições financeiras precisam construir uma cultura de segurança junto aos seus clientes, propõe Alexandre de Oliveira, vice-presidente de risco e compliance da Getnet.

“A primeira medida é informar o máximo possível. É necessário deixar o cliente bem informado sobre os procedimentos de segurança da empresa”, recomenda, em conversa com Mobile Time.

Se um banco não faz ligações nem envia links para os clientes, por exemplo, isso tem que ser amplamente divulgado, para evitar golpes que envolvam essas formas de comunicação tentando se passar pela instituição.

Getnet tem controle antifraude com 700 variáveis

Além de manter seu cliente bem informado, é fundamental adotar sistemas automatizados antifraude, de preferência com uso de inteligência artificial, para a identificação de padrões no comportamento dos golpistas.

O sistema da Getnet analisa em tempo real todas as transações realizadas, checando 700 variáveis. “Investimos muito em IA. Consigo bloquear uma transação antes de ela chegar ao emissor”, afirma Oliveira.

Fraudes se concentram no ambiente digital

Hoje, 90% das tentativas de fraude no Brasil acontecem em ambiente digital, fruto do avanço dos serviços online durante a pandemia, diz o vice-presidente da Getnet. Alguns anos atrás, as fraudes digitais eram menos da metade. Os golpes eram outros, como o uso do aparelho “chupa-cabra”, que roubava dados de cartões em caixas eletrônicos.

Entre os novos golpes, se destacam aquele da falsa central telefônica, que liga para o cliente sobre uma suposta compra indevida, e o que tenta se passar por um parente no WhatsApp pedindo dinheiro por Pix. Na opinião de Oliveira, é apenas uma questão de tempo para que fraudes similares apareçam em outros países. “O que acontece no Brasil vai chegar a outros lugares”, prevê.

MobiMeeting Finance + ID

O combate a fraudes digitais no Brasil será tema do painel de abertura do MobiMeeting Finance + ID, evento organizado por Mobile Time unindo os antigos seminários MobiFinance e Mobi-ID, após seis edições de cada um. O MobiMeeting acontecerá no dia 30 de outubro, no WTC, em São Paulo. A head de risco da Visa, Adriana Umeda, é a primeira confirmada no painel de abertura.

Ilustração: Nik Neves