A D1 (antiga Direct One) adquiriu 100% das ações da Smarkio. As duas empresas juntas têm faturamento recorrente anual de R$ 120 milhões. Para 2022, a expectativa é de chegar a uma receita combinado de R$ 250 milhões. As duas companhias seguirão operando com suas respectivas marcas e produtos, mas ao longo dos próximos dois anos será conduzido um processo de integração entre ambas. Fernando Wolff e Alex Rocha, dois sócios-fundadores e líderes da gestão da Smarkio, seguirão à frente da sua operação, assim como Fernando Steler continua como CEO da D1, da qual é sócio-fundador.

Vale destacar a complementariedade entre D1 e Smarkio em vários aspectos, a começar pelos produtos. Enquanto a D1 é forte em outbound, gerindo a entrega de alertas e notificações de grandes empresas para os seus consumidores, a Smarkio possui uma solução de interface conversacional através de chatbots. No que tange as equipes, a Smarkio é mais orientada ao desenvolvimento, tendo um centro próprio de pesquisas em Itajubá/MG, enquanto a D1 tem uma máquina de vendas mais forte. Por fim, as carteiras de clientes também são complementares: as duas empresas juntas atendem a 75% das maiores seguradoras do Brasil; aos três maiores bancos; aos dois maiores varejistas; e aos dois maiores processadores de cartão. Cruzando as duas bases há apenas um cliente em comum, relatam os executivos.

“Tanto Smarkio quanto D1 não estão preocupadas com o canal, mas com a jornada e o engajamento do cliente. Desapegamos do canal e focamos na jornada. O importante é ser eficiente e barato, independentemente do canal”, explica Steler, em conversa com Mobile Time. “Vamos construir o relacionamento com o cliente do futuro”, complementa Wolff, que participou da mesma conversa. “A nossa concorrência que faz só chatbot tende a perder espaço. É o que ouvimos dos clientes”, acrescenta Steler.

Histórico

As duas empresas começaram a trabalhar em conjunto, através de uma parceria estratégica, em março deste ano, por conta da demanda dos clientes da D1 por soluções de interface conversacional. O trabalho deu certo: conquistaram juntas dez novos clientes durante a pandemia do novo coronavírus, o que gerou o interesse da D1 pela aquisição da Smarkio. Para viabilizar o negócio, a D1 levantou recursos junto ao Itaú BBA.

Vale destacar que a 2bCapital, gestora de private equity do Bradesco, detém 15% de participação acionária na D1, e que o antigo controlador português da Smarkio vendeu todas as suas ações na empresa.

Este é o segundo grande negócio do mercado brasileiro de chatbots nas últimas em menos de um mês. Na semana passada a Take anunciou o recebimento de um aporte de US$ 100 milhões do fundo norte-americano Warburg Pincus.

 

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