As ligações para serviços de emergência no Brasil, como 190, 192 e 193, passam a enviar também de maneira automática a localização de quem liga. Isso é feito com o protocolo Advanced Mobile Location (AML), que funciona em todos os smartphones Android a partir do Android 5.0 e nos iPhones a partir do iOS 18.2. O projeto foi liderado pela Anatel e contou com a colaboração das operadoras móveis, de serviços de emergência e dos sistemas operacionais. A ABR Telecom atua como broker, fazendo a ponte entre as teles e os serviços de emergência para a entrega da localização.
No AML é feita uma fusão de sinais de localização, como GPS, triangulação de torres celulares e Wi-Fi, para garantir maior precisão. “A precisão pode ser de até cinco metros ou menos, dependendo da qualidade dos sensores do dispositivo. Isso aumenta a eficácia dos serviços de emergência e pode ser a diferença entre a vida e a morte de uma pessoa”, comenta Fabricio Ferracioli, gerente técnico de parcerias e engenharia do Android na América Latina, em conversa com Mobile Time.
O usuário não precisa fazer nenhuma configuração em seu telefone para habilitar o AML. Basta realizar a ligação para um número de emergência. O dado com a sua localização é enviado automaticamente por SMS para a ABR Telecom, que o reencaminha para o serviço de emergência em questão. A partir da integração com os sistemas usados pelos atendentes dos serviços, a localização aparece na sua tela. O envio da informação é atualizada constantemente, enquanto durar a chamada telefônica.
O AML funciona em chamadas para 190, 191, 192, 193, 194, 197, 198, 199, mas também no caso de envio de mensagem de texto para 190 e 193.
Não há nenhum custo adicional para o usuário final. Como a informação vai por SMS, o AML funciona em qualquer rede móvel, do 2G ao 5G.
A PM de São Paulo foi uma das instituições a participar dos testes piloto e, logo, uma das primeiras se integrar ao AML.
Versão aprimorada do Advanced Mobile Location
Mais de 70 países já usam o AML integrado a serviços de emergência, informa o executivo do Google. Na América Latina, México, Argentina, Uruguai e Paraguai já contavam com essa tecnologia.
O Google está desenvolvendo uma versão ainda mais aprimorada de um serviço de emergência que vai incluir não apenas a localização, mas também outros dados pessoais que o usuário tiver cadastrado previamente em seu aparelho, como tipo sanguíneo, doenças pré-existentes etc. Neste caso, os dados vão pelo protocolo HTTP, requerendo conectividade à Internet. Mas não é preciso uma parceria com as teles ou com um broker, como a ABR Telecom: os dados podem ser encaminhados diretamente ao serviço de emergência.
Android e segurança
Para Ferracioli, o lançamento do AML no Brasil encerra o ano de 2024 para o Google com chave de ouro em iniciativas de segurança, que incluíram também o serviço de cell broadcast para aviso de calamidades públicas e os recursos antirroubo incorporados pelo Android.