A expansão da Magalu Cloud para oferecer serviços de inteligência artificial fará parte de uma jornada longa. A empresa pretende oferecer modelos baseados em open source, mas isso será feito com prudência e sem ampliar demais sua capacidade de infraestrutura, comentou Kiko Reis, head de nuvem da empresa.
O executivo recordou que desde o começo da plataforma, em 2023, a Magalu Cloud oferece treinamento com GPUs como serviço e, toda vez que colocaram essa solução à disposição dos clientes, os limites acabavam e precisavam investir mais em infraestrutura: “No final do dia (IA) é infraestrutura”, afirmou.
Estratégia da Magalu Cloud em IA
Em conversa com Mobile Time, Reis detalhou que há três cenários para oferta de IA pela nuvem:
- Aplicações de inferência para uma empresa usar dados próprios para treinar seus modelos a darem respostas em um prompt, por exemplo;
- Aplicações de fine-tuning para pegar o LLM, combinar com a informação local e fazer os ajustes no peso de modelo;
- Criação e treino de modelos próprios, do zero, por conta própria pela sua magnitude, vide uma Petrobrás com todo potencial de computadores de Alta Performance (HPC).
“Não existe bala de prata em IA. Nós estamos aqui para oferecer infraestrutura. Mas uma escala de verdade – que não é só fumaça”, afirmou.
Atualmente, o Magalu oferece o Watson X com análise avançada e processamento de linguagem natural, mas não tem grandes modelos de linguagem (LLM) de inferência ou fine-tuning.
Paralelamente, o CEO do Magalu, Fred Trajano, e o CTO da varejista, André Fatala, estão no Vale do Silício nos Estados Unidos fazendo visitas técnicas nas grandes empresas de inteligência artificial e viabilizando acordos.
Caso interno
O head da Magalu Cloud reforçou que o avanço das empresas com IA na nuvem não é uma “virada de chave automática” e que a jornada de IA será longa. Em sua visão, os reais benefícios de IA vão “demorar tempo para converterem e vão ser liderados por empresas que vão entender mais profundamente o negócio”.
“Há um começo com gente especializada que vai olhar o que a companhia faz e aonde a IA transforma. É o nosso caso (internamente) no Magalu”, completou, antes de citar a importância da chegada de Caio Gomes, como Chief Artificial Intelligent Officer do Magalu (CAIO). “Quando Gomes chegou no Magalu, ele olhou e encontrou 50 problemas diferentes para serem resolvidos com IA”, disse, ao lembrar que uma das ações é em logística e que será introduzido com cuidado na operação.
Vale lembrar, o CAIO da varejista também tem como missão criar o novo cérebro da Lu, melhorar os catálogos, as buscas e as recomendações, e apoiar o time de marketing com uso de IA para marketing de performance.