A decisão da Anatel de destinar uma parte importante da faixa 6 GHz para o uso licenciado preocupa profundamente a Abrint (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações). Em novo comunicado enviado à imprensa nesta sexta-feira, 17, para manifestar seu desgosto, a entidade diz se tratar de um “retrocesso” para a inclusão digital, competitividade e desenvolvimento tecnológico do Brasil e que a decisão é “morte lenta” para o Wi-Fi.
A Abrint e mais outras entidades representativas de PPPs (prestadoras de serviços de telecomunicações de pequeno porte) defendem que todo o espectro na faixa 6 GHz (5.925 a 7.125 MHz) seja destinado ao Wi-Fi, ou seja, ao uso não licenciado. Ela acredita que o Wi-Fi 7 se beneficiaria, assim como promoveria a democratização do acesso à Internet no Brasil.
A entidade alerta para o retrocesso da inclusão digital, uma vez que a Internet sem fio é responsável por 89% do tráfego de Internet no País, além de ser o meio principal para populações de baixa renda e escolas.
Reduzir a faixa reservada ao Wi-Fi prejudicará a chegada da Internet em áreas remotas e de difícil acesso.
A decisão prejudica os provedores regionais e compromete investimentos industriais já feitos. Vale lembrar que a Anatel havia anunciado medida que reservaria o 6 GHz na íntegra para o Wi-Fi em 2021.
Abrint entra com recurso
A Abrint protocolou um pedido de anulação da decisão na última quarta-feira, 15. A entidade alega que a atribuição da faixa ao IMT pode ocasionar interferências técnicas com sistemas de satélite e podem comprometer operações na banda C.
Vale lembrar que está previsto para 2026 o leilão da frequência 6 GHz.