O governo norte-americano continua tentando atacar a Huawei de todos os lados, desta vez com ameaças políticas aos países que continuarem a aceitar a empresa. O recado foi dado pelo Twitter no domingo, 16, pelo embaixador dos Estados Unidos na Alemanha, Richard Grenell. Segundo ele, o presidente Donald Trump teria ligado para ele com o intuito de difundir a mensagem para pressionar, naturalmente, os países europeus.
No tweet, o embaixador diz que Trump ligou diretamente do avião presidencial (Air Force One). O presidente norte-americano o “instruiu” a “deixar claro que qualquer nação que escolha usar um fornecedor não confiável de 5G vai colocar em risco nossa habilidade de compartilhar inteligência e informação no nível mais alto”.
Questionado por um político de esquerda alemão sobre a razão de usar o Twitter para tal comunicado (em vez de debater no Congresso), Grenell apenas afirmou que “diplomacia é para pessoas” e que o legislativo seria uma forma de “controlar a conversa”. O embaixador ainda compartilhou outros tweets que alegariam que quem não estivesse a favor, estaria “do lado da China comunista e contra interesses de democracias liberais e Ocidentais”.
Huawei no 5G do Brasil
Vale lembrar que, recentemente, o governo brasileiro declarou a intenção de seguir a cartilha adotada pelo Reino Unido e pela União Europeia, restringindo a presença de equipamentos chineses em determinadas partes da rede (como o core). Isso seria implantado por meio de um decreto ou portaria específica sobre segurança em redes de telecomunicações e que seria complementar à Estratégia Nacional de Segurança Cibernética (E-ciber).
Na semana passada, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), disse ao Jornal O Globo que a presença da Huawei na infraestrutura de 5G poderia afetar a cooperação militar entre Brasil e Estados Unidos. O filho do presidente alegou ainda que a empresa não seria privada e que seria orientada pelo governo chinês.
Defesa da Huawei
A Huawei continua negando as acusações do governo dos Estados Unidos. A empresa afirma ser vítima de perseguição política e alega que as acusações “não têm fundamento”. Desde o início da crise, em 2018 com a prisão da CFO Wanzhou Meng (filha do CEO Ren Zhengfei e, por isso, herdeira do grupo chinês), a fornecedora pede ao governo norte-americano a apresentação de provas, o que não foi feito até o momento. A companhia também nega ter laços com o governo chinês.