Lançada recentemente no mercado britânico, a operadora móvel virtual (MVNO) Ergo Mobile planeja entrar no mercado brasileiro em dois anos explorando o mesmo nicho que no Reino Unido: conectividade para Internet das Coisas (IoT), máquina-a-máquina (M2M) e pequenas e médias empresas. A Ergo pertence ao Grupo Ceres, que atua no Brasil com a fornecedora de soluções de telecomunicações ISPM e a companhia de smart cities e analytics para IoT Tacira. "A gente tem alguns gaps de serviços de nicho para operadoras móveis. Um deles que estamos explorando é o projeto de atendimento a PMEs. E outro é ter planos específicos para transportes de dados de baixo e médio volume (para IoT)", confirmou a Mobile Time o CFO da Tacira, Bruno Musa. No entanto, o executivo não divulga mais detalhes de quando exatamente isso aconteceria. "A gente acha que pode ser viabilizado, mas não temos planos específicos", conclui.

Musa afirma que o Grupo Ceres ainda não entrou com pedido de licença na Anatel, mas não por uma inviabilidade do modelo. O diretor financeiro da Tacira não acredita que condições do mercado, como a tributação do Fistel de comunicações M2M Especial, que mesmo reduzida tem sido criticada pelo setor, sejam empecilhos. O problema maior seria justamente o custo mensal dos planos de dados das operadoras para esse tipo de comunicação.

O gargalo a ser explorado, explica, é justamente uma área de conectividade que poderia ser aplicada a conceitos de cidades inteligentes, incluindo sistemas de missão crítica que demandam maior capacidade. "Hoje tem um modelo um pouco engessado de pacotes de transmissão de dados que é mais focado no usuário normal de dados móveis, e não voltado à conectividade de máquinas", analisa. "A gente acredita que o modelo vai passar por uma MVNO específica para esse mercado. A experiência fim a fim tem que ser garantida."

 

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