Nas próximas semanas o Mercado Pago vai adicionar ao seu app a funcionalidade de recarga de bilhete único de São Paulo. Em seguida, está nos planos incluir também o pagamento do sistema Zona Azul de estacionamento nas ruas da capital paulista, revela João Banzato, gerente de mobile do Mercado Pago. As duas novidades se somam a diversas outras integrações presentes no aplicativo voltadas para pagamentos recorrentes, como recarga de celular, créditos para Uber, Google Play, Xbox etc.
A plataforma do Mercado Pago é uma das mais completas de pagamento digital existentes no País, quando se analisam suas funcionalidades. Ela nasceu originalmente como uma conta digital para os vendedores do Mercado Livre receberem seus pagamentos. Mas também permite o cadastramento de cartões de crédito para a realização de compras online com segurança, serviço aberto para qualquer pessoa, mesmo que não seja um vendedor do Mercado Livre. A conta digital permite o envio e o recebimento de dinheiro para outras contas do Mercado Pago. E há também a possibilidade de pagar ou receber pagamentos escaneando um QR code que identifica o recebedor. Por fim, há a oferta de uma máquina de mPOS, a Point, disponível tanto para vendedores do Mercado Livre quanto para aqueles que não fazem parte do marketplace.
Um próximo passo ainda em análise é a oferta de algum tipo de investimento para o dinheiro depositado na conta digital. “Temos um roadmap longo. Investimento faz parte da vida de todo mundo. O brasileiro poupa pouco porque os instrumentos de poupança são muito ruins, os retornos são muito baixos. Por isso olhamos, sim, a possibilidade de oferecer investimento no futuro”, diz Banzato, em entrevista para Mobile Time.
O Mercado Pago na web está disponível em toda a América Latina e conta com 211 milhões de usuários. Os serviços oferecidos variam em cada país. “O core, que é o processamento de pagamento online e a conta digital, está presente em toda a América Latina. Outros produtos têm caráter mais local. A maquininha começamos com Brasil e depois Argentina, e agora México. Estamos estudando se faz sentido lançar em outros países, porque a maturidade do sistema financeiro é distinta. Adaptamos o produto ao gosto local. Bilhete único faz sentido aqui e na Argentina, mas não necessariamente em outros lugares”, explica o executivo.
Maquininha
A produção das máquinas de mPOS foi um marco para a empresa, pois representou a sua entrada no mundo físico. “Foi interessante porque acertamos em cheio um público diferente do online, ao qual estávamos acostumados. É o cara que vende coco na praia, por exemplo. São pessoas desassistidas do sistema financeiro tradicional, com chance grande de não ter cartão de crédito e nem conta corrente”, descreve Banzato.
O executivo resume da seguinte forma a estratégia do Mercado Pago: “Fomos montando um quebra-cabeças. Estamos dando uma porção de serviços financeiros e gostamos de cobrar valores que sejam justos. Queremos ganhar na massa crítica, no volume. Não queremos milhares de clientes, mas milhões. Nosso propósito, a razão de existirmos, é democratizar o acesso ao dinheiro. Isso é o que nos move.”