A Amazon pretende usar tecnologias de inteligência artificial (IA) generativa e novos grandes modelos de linguagem (LLMs) para melhorar a capacidade conversacional da Alexa, a assistente virtual da companhia. Os planos foram compartilhados por Talita Taliberti, diretora geral de Alexa no Brasil, nesta quarta-feira, 17, por ocasião do lançamento dos novos dispositivos da Amazon no Brasil.
A expectativa, segundo Rohit Prasad, vice-presidente sênior e cientista-chefe de Alexa, é que novas experiências baseadas em IA generativa sejam oferecidas para a Alexa ao longo de 2023. “Com certeza, vai facilitar para a Alexa poder entender o cliente, do que ele precisa, de diferentes formas. Uma pessoa, por exemplo, com um determinado tipo de paralisia, pode ter uma dificuldade na fala. Eu acho que a forma da Alexa entender isso vai ser muito evoluído, vai para um novo patamar com essas novas tecnologias”, contou Taliberti.
Segundo a diretora, outro ponto no qual essas tecnologias vão beneficiar a assistente virtual é sua capacidade de continuar conversando de uma maneira mais natural. Isso porque sistemas de IA generativa usam o contexto da conversa para responder a novas perguntas ou comandos.
Uma das preocupações que a empresa tem, antes de lançar funcionalidade com IA generativa, é com as alucinações e a imprecisões que essas ferramentas podem apresentar. Levando em consideração o volume de pessoas que hoje usam a Alexa no dia a dia e estabeleceram uma relação de confiança com ela, a Amazon não quer criar uma tecnologia que passe alguma informação errada.
“Em todo esse processo de desenvolvimento, temos a confiança como prioridade, garantindo que a nossa tecnologia não vai ter alucinações e que não vai ter vieses inconscientes. E queremos que ela continue fazendo o que já faz hoje, e que as pessoas adoram, de trazer informações atuais e relevantes, desde que eu entenda qual é a fonte”, explicou a diretora.
Mundo
A Amazon informou, nesta quarta-feira, 17, que foram vendidos mais de 500 milhões de dispositivos com Alexa integrada, desde seu lançamento, em 2014. A última vez que a empresa havia atualizado este número havia sido em 2019, quando 100 milhões de dispositivos tinham sido vendidos. O dado leva em conta tanto dispositivos da Amazon quanto de parceiros que possuem a assistente virtual integrada. Só em 2022, o uso da assistente virtual aumentou 35%..
“Os preços estão cada vez mais acessíveis e nisso a Alexa está ajudando muito, porque se tornou uma maneira fácil de as pessoas implementarem uma automação residencial. Enquanto alguns anos atrás se pensava que só uma pessoa muita rica podia fazer isso, investindo dezenas de milhares de reais, hoje se compra uma lâmpada conectada por R$ 49 e pode começar”, afirmou.
Brasil
Só no Brasil, são 750 dispositivos que são compatíveis com o Alexa de diversos fabricantes, como Positivo, Intelbras, Multi, i2Go, Philips Hue e Geonav, além de 14 dispositivos próprios da Amazon. Há mais de 3,8 mil skills disponíveis no País, nome dado aos comandos que podem ser criados por qualquer pessoas, por meio da API que a empresa disponibiliza gratuitamente.
“Algo que as pessoas gostam muito de ver o quanto que a Alexa é verdadeiramente brasileira. Hoje, ela não é uma tradução da versão dos Estados Unidos. Ela fala de um jeito brasileiro, entende os diferentes sotaques do Brasil. Quando damos um ‘bom dia’, ‘boa tarde’, ela sempre traz algo que ressoa com os brasileiros, seja da cultura, seja um meme que está ficando famoso, seja um novo cantor”, apontou.
Para ela, esta é um dos motivos pelo qual as pessoas gostam de usar a assistente virtual no dia a dia. “Às vezes você fala um boa noite e ela vem com uma surpresa, fala um bom dia ou te traz esse carinho de falar de um artista que você é fã. Isso faz com que também seja gostoso de ter um dispositivo desse dentro de casa”, relatou.