Em um evento chamado “A coffee with Ren” (Café com Ren, na tradução), televisionado pela estatal chinesa CGTN, o CEO da Huawei Ren Zhengfei admitiu que a empresa sofrerá um declínio em seu crescimento por, pelo menos dois anos e que a situação atual, irá custar US$ 30 bilhões em receita entre 2019 e 2020. No ano passado, a receita da Huawei cresceu 20%, para US$ 107 bilhões, e aparentemente esse aumento deveria se repetir. Porém, Ren afirmou diz que a chinesa vai encolher neste ano e ficar estável em 2020.
“Nos próximos dois anos, acho que vamos reduzir nossa capacidade. Nossas receitas serão reduzidas em cerca de US$ 30 bilhões. Até 2020, podemos recuperar nosso ímpeto de crescimento e contribuir para a sociedade”, afirmou Ren Zhengfei. E completou: “Nos próximos dois anos vamos fazer várias versões de diferentes produtos que levarão tempo, mas depois disso, ficaremos mais fortes. Somos fortes, acho que não há como ser espancado até a morte”, disse o CEO de forma genérica, sem especificar produtos ou o que irá modificar.
A anfitriã da conversa, Tian Wei, perguntou como a Huawei está se ajustando depois que as empresas dos Estados Unidos se distanciaram da chinesa. Ren explicou que não tem nada contra essas companhias – que estão fazendo apenas aquilo que os políticos mandaram elas fazerem –, mas, sim, com o governo dos EUA.
Ren também disse que a Huawei não vai parar de investir em pesquisa e desenvolvimento, mesmo com o declínio das receitas. Muito provavelmente por conta da necessidade de se afastar da cadeia de suprimentos dos EUA o mais rápido possível e evitar um novo bloqueio.
O evento, de mais de 1h40, contou também com a presença de George Gilder, guru da tecnologia e futurista, Nicholas Negroponte, cofundador do MIT Media Lab, e Catherine Chen, vice-presidente sênior da Huawei.