O balanço financeiro da Ericsson divulgado pela fornecedora nesta sexta-feira, 17, revelou uma estabilidade nas receitas e uma alta de 3% no lucro operacional da empresa no segundo trimestre de 2020, apesar do impacto da pandemia do novo coronavírus em diversos mercados durante o período.

O faturamento da empresa no período somou 55,6 bilhões de coroas suecas, ou cerca de US$ 6,16 bilhões, alta de 1%. O lucro operacional da Ericsson cresceu 3% em um ano (para 3,9 bilhões de coroas, ou US$ 430 milhões), com resultado líquido 40% maior na mesma comparação (para 2,6 bilhões de coroas, ou US$ 290 milhões).

Já a margem operacional ficou praticamente estável em 6,9%. Frente o primeiro trimestre, contudo, tanto o lucro operacional quanto a margem recuaram (queda de 11% e de 1,8 ponto percentual, na ordem).

“Apesar do ambiente difícil, entregamos um resultado sólido”, avaliou o presidente e CEO da Ericsson, Börje Ekholm, apontando a manutenção das metas da empresa apesar o ambiente de incertezas causado pela pandemia. “Alguns clientes estão acelerando seus investimentos, enquanto outros estão temporariamente cautelosos”, observou.

Redes

Na divisão de redes, o principal negócio da Ericsson, as vendas para operadoras da América Latina e da Índia recuaram durante o segundo trimestre, enquanto empresas da América do Norte e do nordeste asiático ampliaram as compras.

O segmento de redes gerou 39,8 bilhões de coroas suecas, ou US$ 4,41 bilhões – alta de 5% em um ano. Ainda assim, o resultado operacional da divisão recuou 7%, para 5,3 bilhões de coroas (US$ 590 milhões), enquanto a margem passou de 41,4% para 40,5%. Tal impacto negativo já estava previsto, sendo reflexo de novos contratos 5G na China, que exercerão pressão inicial nas margens.

Já a divisão de serviços digitais da Ericsson teve queda de 5% na receita total, para 8,6 bilhões de coroas suecas (US$ 950 milhões), fechando o trimestre no vermelho em US$ 78 milhões; incertezas geradas pela Covid-19 foram creditadas como principal razão. Recuos na receita também foram verificados na área de serviços gerenciados (-12%) e negócios emergentes (-4%).

Regiões

De uma forma mais ampla, a regional que engloba Europa e América Latina na Ericsson teve queda de 7% nas receitas, para 13,1 bilhões de coroas (US$ 1,45 bilhão). Essa foi a região com desempenho mais afetado no ano contra ano, ainda que na comparação com o primeiro tri de 2020, haja alta de 7%.

Em teleconferência de resultados, o presidente e CEO da Ericsson observou que em muitos mercados, o ambiente não é amigável para investimentos. “O que estamos vendo agora é algo muito incerto. Quem está aprovado, quem não está, o que vai acontecer, o que não vai… Isso cria um ambiente aos nossos clientes que não é amigável para investimentos”.

No caso, o executivo fazia referência ao escrutínio enfrentado por fornecedoras como a Huawei em mercados como o Reino Unido, que baniu a chinesa de seu 5G, gerando efeitos financeiros sobre o planejamento das operadoras locais.

Em comunicado, Ekholm também cobrou que países, sobretudo na Europa, adotem uma postura mais ativa para infraestrutura digital e 5G em um momento pós-Covid. “Vemos muitas regiões ao redor do mundo aumentando os investimentos nesse espaço e, como empresa europeia, estamos preocupados que a Europa fique para trás”. Vale lembrar que o próprio governo britânico afirmou que a decisão de banir a Huawei significará um atraso na implantação da tecnologia no Reino Unido – e com maiores custos.

 

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