A Magroove, startup que coloca artistas independentes em plataformas de streaming como Spotify (Android, iOS) e Deezer (Android, iOS) e que também criou um app de recomendação de músicas para o consumidor final, chegou a meio milhão de usuários cadastrados na sua plataforma. Criada em 2020, a distribuidora digital usa inteligência artificial para analisar o perfil sonoro das músicas preferidas dos usuários e sugerir novas canções.
A startup foi desenvolvida pouco antes da pandemia por Vitor Cunha, que fez carreira como produtor musical, e Fabrício Schiavo, engenheiro mecatrônico formado pela Poli-USP e com mestrado em inteligência artificial pela École Polytechnique de Paris. “Nós nos juntamos e nos perguntamos como a gente ensina a máquina a ouvir música igual a gente para chegar às mesmas conclusões de que a música A parece com a música B? Como a gente faz ela achar a música mais parecida possível com aquela, mas sem ser a mesma?”, conta Cunha, CEO e cofundador da Magroove, em entrevista ao Mobile Time. Após um período de teste e pesquisa, eles conseguiram desenvolver esse aplicativo.
Como funciona
Uma das frentes da distribuidora digital atua é ajudando os artistas a subirem suas músicas para as plataformas de streaming e lojas de músicas digitais. Ao invés de cobrar um percentual dos royalties do artista, a empresa retém os primeiros US$ 5 gerados por cada lançamento, seja um álbum, EP ou single. Se o artista ganhar menos de US$ 5, todo o valor fica com a startup, mas se ganhar mais, esse valor é o teto de cobrança. Todos os materiais que são enviados para a plataforma não são retirados, mesmo que não gerem receita.
“A gente não cobra nada para pessoa subir a música, a gente não cobra nada para manter a música dela no ar, a gente nunca pede seu cartão de crédito, a gente nunca vai te cobrar retroativamente nada, a única coisa que a gente fica são os primeiros cinco dólares por ano que você fizer com seu disco. A gente só ganha se você ganhar, esse é o modelo”, explica Cunha.
No caso do ouvinte, é um aplicativo de recomendação musical por inteligência artificial, com base nas preferências de cada um. O CEO da Magroove detalha que, ao contrário das recomendações feitas em outras plataformas, que costumam ser baseadas em popularidade de alguns títulos, a distribuidora digital indica novas faixas com base nas curtidas deixadas por usuários nos primeiros 30 segundos de reprodução e na semelhança com outras músicas. Caso o som agrade, ele vai para uma lista de descobertas que pode ser exportada como playlist para players de streaming.
Com a similaridade do aplicativo Tinder, em que é possível passar para direita ou esquerda, dando ‘like’ ou ‘dislike’, dependendo do que preferir, o usuário demonstra a sua preferência, e a IA faz o reconhecimento de padrões para que a pessoa escute músicas cada vez mais parecidas com seu gosto musical.
“A gente quis ir pelo lado musical, porque acreditamos que é muito mais democrático e muito mais relevante para o ouvinte final. A gente parte da premissa que conteúdo relevante para o ouvinte é a música que parece com as que você gosta e não um artista da mesma popularidade, do mesmo grupo ou movimento musical, o que for. Às vezes, eles podem soar completamente diferentes”, pontua.
Para usar
O usuário faz o download do app, disponível na App Store e na Play Store, faz o login com as contas do Google, Facebook ou Spotify, e pesquisa pelo nome da música na barra de busca. O aplicativo é gratuito, mas caso queira ter acesso a funcionalidades como reprodução ilimitada, criação de playlists e retirada de propaganda, o usuário pode assinar a versão Premium, pela qual é cobrada uma mensalidade fixa.
A Magroove não é a única startup que oferece esse serviço. Ela disputa com empresas internacionais como Amuse, RouteNote e Songtradr.