Na contramão do atual cenário econômico na América Latina, a companhia norte-americana Aerohive aproveita a necessidade em infraestrutura para crescer na região. A aposta é alta tanto que seu diretor de vendas, Fernando Lobo, indica que este terceiro trimestre será o melhor da história da empresa em vendas, após fechar um grande contrato com uma companhia mexicana do setor de hotelaria, cujo nome não pôde ser divulgado.
Responsável por soluções corporativas de rede Wi-Fi e com presença abrangente em Brasil, Colômbia e México, a Aerohive teve um crescimento de 95% em 2014. Para este ano, apesar do bom desempenho neste terceiro trimestre, o crescimento deve ficar em torno de 18% na região, acpompanhando a média do setor prevista pela IDC.
“Dobramos o número de contratos no Brasil em três anos. Partimos do zero e cumprimos esse objetivo em três anos. Era para atingir esses resultados em quatro anos”, explicou Lobo em conversa com o Mobile Time. “Não somos tão agressivos em planejamento, mas somos agressivos na execução”.
Como resultado, a empresa saiu do zero no começo de suas operações em 2011 para atingir entre 5% e 6% do tráfego de rede sem fio na América Latina através de 1 mil access points, sendo 50% deles apenas no Brasil.
Foco em educação
Com nomes como Westcon, Axyon e CNT atuando como seus revendedores, a Aerohive adicionou recentemente a Servix como quarto revendedor para ampliar sua presença no mercado corporativo. Lobo explica que o principal foco de sua empresa é o mercado de educação guiado pelo conceito de “um tablet por aluno” e pela necessidade em dar redes aos estudantes.
“Nós crescemos muito nas universidades. Na Colômbia, são 40 universidades com nossos serviços de WLAN. No Brasil, nós temos contratos com a Estácio de Sá, Grupo Anima, UFMG, AIEC e o DeVry, grupo americano que deseja disputar com a Kroton”, indicou o executivo.
Enquanto isso, a Aerohive abre outras frentes no Brasil, como setor público e financeiro. Com a recente parceria, foram fechados contratos com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Serviço Florestal Brasileiro e com a Associação Brasileira dos Bancos Internacionais (ABBI).
Outra área que a empresa deve investir é a de beacons. Para isso, o diretor de vendas apontou uma mudança de paradigma no setor, com o seu cliente deixando de ser as áreas de tecnologia das empresas e passando para o marketing das corporações.
“Um mercado que a gente começa a crescer é o mercado de varejo”, afirmou Lobo. “Agrada ao retail você conseguir um preço em tudo (instalação, serviço, manutenção), algo que nós damos com ‘full support’. Nosso primeiro cliente é a rede Gabriela Calçados, do Sul do Brasil”.
Crise na AL
Mesmo com os resultados positivos, Fernando Lobo analisou a crise financeira na América Latina como algo generalizado, não apenas um problema do Brasil. “A gente está sentindo o impacto na América Latina como um todo. Brasil tem o problema de corrupção na Petrobras, México sofre com a queda do valor do petróleo e a Colômbia acabou de sair de uma guerra civil (Farcs)”, lembra o executivo. “O Brasil está bem bagunçado, mas não há como as empresas escaparem. WLAN é investimento em infraestrutura”, analisou.