O Liga App, aplicativo colaborativo que mapeia ocorrências relativas à segurança pública nas grandes cidades brasileiras, ganhará uma versão para Android em outubro. Por enquanto, está disponível apenas para iOS, cujo lançamento aconteceu há poucos meses.

O Liga conta com alguns milhares de usuários, a maioria em São Paulo, cidade onde acontece um latrocínio a cada 23 horas. Uma equipe composta por três editores faz um trabalho diário de inclusão de ocorrências a partir do acompanhamento do noticiário em jornais e rádios paulistanos. Cada ocorrência é marcada e descrita em um mapa. Qualquer usuário pode reportar incidentes, porém, o comportamento mais comum tem sido o de verificação do conteúdo exibido no app. "Em vez de registrar novas ocorrências, o usuário brasileiro prefere dizer se aquelas relatadas por terceiros procedem ou não. Acho que é como no Waze: uma fatia pequena dos usuários reporta fatos, enquanto a maioria os comenta", diz o CEO da Liga Tecnologia, empresa que desenvolveu o aplicativo, Josué Alencar.

A empresa está contactando secretarias estaduais de segurança para alimentar o mapa com dados oficiais, mas a maioria ainda não tem uma política definida para esse tipo de parceria. "Parte dos estados não têm hoje um canal, uma API púbica, para divulgar essas informações. Promover a transparência dos dados de segurança é uma tendência muito recente no mundo todo", comenta Alencar.

Sobre outros apps similares criados no Brasil, como o QAP Mobile, o executivo aponta algumas diferenças, como o fato de a Liga priorizar ocorrências em tempo real e sua adoção de um conceito expandido de segurança pública, o mesmo usado pela ONU, que leva em conta qualquer ocorrência que cause dano ao cidadão, não apenas assassinatos, furtos e assaltos. No Liga, manifestações e locais de uso de drogas podem ser reportados, por exemplo.

 

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