Enquanto pais, alunos e professores já entraram no século 21, usando smartphones e consumindo conteúdo digital em seu dia a dia, as escolas permanecem presas ao século passado, com apostilas impressas, aulas presenciais etc. Uma desenvolvedora nacional chamada Ginga One quer resolver o problema por meio de uma plataforma móvel voltada para os ensinos fundamental e médio. A proposta é adotar tablets escolares, nos quais os alunos tenham acesso ao conteúdo didático, e oferecer também um aplicativo para professores programarem suas aulas e outro para os pais acompanharem os estudos de seus filhos. Os apps dialogam entre si e a ideia é que essa solução funcione como um braço móvel de sistemas de ensino, cada vez mais utilizados por escolas brasileiras. Um protótipo em Android e iOS está sendo apresentado para potenciais clientes. A meta é fechar com pelo menos um grande sistema de ensino, alcançando 800 mil estudantes brasileiros dentro de dois anos, diz o CEO da Ginga One, Fábio Costa.
O tablet do aluno seria fornecido pela escola e viria com o material didático embarcado, além de um aplicativo com o calendário de aulas, o boletim eletrônico e um sistema para troca de mensagens com professores e com a direção. A utilização do tablet pelo estudante é registrada, tornando possível saber quanto tempo cada um passou em cada lição, se os exercícios foram feitos etc. Há espaço para anotações do próprio aluno sobre o conteúdo apresentado.
O tablet dos professores, por sua vez, terá um aplicativo para a elaboração de aulas, com a possibilidade de conexão com lousas digitais. Também será possível corrigir provas de múltipla escolha e tirar dúvidas de alunos através de um fórum de mensagens, assim como acompanhar o ritmo de estudo de cada um.
Os pais, por fim, acessarão um aplicativo para monitorar a presença dos filhos na escola e quanto tempo passam estudando cada lição no tablet. Também poderão ver diretamente em seu dispositivo móvel as notas recebidas pelo estudante em cada matéria. Até mesmo a autorização para uma pessoa diferente buscar a criança na escola poderá acontecer através do app.
"O primeiro passo de muitas escolas (nessa nova era da educação) consiste na digitalização do material impresso, que é transposto em seguida para tablets. Queremos ir além, provendo uma ferramenta que sirva para professores, alunos, pais e diretores, da primeira à última série", diz Costa. O executivo acredita que a adoção da plataforma geraria uma redução de custos para a escolas, que deixariam de gastar com impressão e distribuição de apostilas. O modelo de negócios consistirá na cobrança junto à escola de uma taxa mensal por aluno.
A Ginga One tem hoje 50 funcionários, sendo aproximadamente 35 desenvolvedores. Sua projeção é faturar R$ 5 milhões este ano e ultrapassar R$ 10 milhões em 2015. Além da plataforma de educação, oferece uma solução de automação de força de vendas chamada GSFS.