A América Latina está andando mais devagar que outras regiões emergentes no que diz respeito à adoção de aparelhos de quarta geração (4G). A expectativa para este ano é de que apenas 9% dos celulares vendidos na América Latina serão capazes de acessar as redes LTE. Para 2016, estima-se que essa participação suba para 25%. Para efeito de comparação, na China as redes 4G foram lançadas no ano passado, quando 30% dos aparelhos vendidos já estavam prontos para acessá-las. Este ano, a participação do 4G deve subir para 70 entre os handsets comercializados no país asiático. E em 2016 a expectativa é de que alcancem 90%. Os números foram apresentados pelo presidente da Qualcomm para América Latina, Rafael Steinhauser, em encontro com jornalistas em Hong Kong esta semana, durante o evento 3G/LTE Summit.
"Ainda se vende muito terminal 2G na América Latina. Falta informação sobre o 4G para a população. E talvez os planos não sejam tão atraentes", comentou o executivo. Ele disse que a Qualcomm quer trabalhar com as operadoras latino-americanas para fomentar a migração do 2G direto para o 4G.
Nesse contexto, Steinhauser lamentou a decisão do governo federal brasileiro de suspender a desoneração de smartphones fabricados no País. Enquanto a produção foi incentivada, o Brasil registrou forte migração de feature phones para smartphones, o que fomentou não apenas a indústria de handsets, mas também o ecossistema de desenvolvimento de aplicativos nacionais.
1 Gbps
Enquanto na América Latina se discute o fomento ao 4G, no exterior as redes LTE seguem aumentando a sua velocidade de transmissão. Com a agregação de canais, já é tecnicamente possível alcançar 600 Mbps no download. E há esperança de que em 2016 se consiga atingir a velocidade de 1 Gbps em redes móveis. "Será como romper a barreira do som na mobilidade", comparou Steinhauser. Paralelamente, está sendo discutida a definição do 5G, que provavelmente terá menos que ver com velocidade e mais com a melhoria de outros parâmetros, como latência e quantidade de aparelhos conectados ao mesmo tempo, que são fundamentais para a Internet das Coisas.