Mesmo elevando o faturamento global no terceiro trimestre para 57,1 bilhões de coroas suecas (US$ 5,88 bilhões, em alta nominal de 6% e ajustada de 3%), a Ericsson registrou prejuízo líquido de 6,9 bilhões de coroas (US$ 710 milhões) no período. A principal razão para o resultado foram as provisões de US$ 1,2 bilhão para penalidades no âmbito de investigações de corrupção nos EUA.
Sem o provisionamento, o lucro operacional no período seria de 6,5 bilhões de coroas suecas (US$ 670 milhões), alta de 71% em um ano; já com a salvaguarda, o resultado reportado foi negativo de 4,2 bilhões de coroas, ou prejuízo operacional de US$ 430 milhões. Dessa forma, nos nove primeiros meses do ano, a empresa passou a acumular prejuízo de 2,6 bilhões de coroas (US$ 270 milhões), ainda que as receitas tenham crescido 9,3% entre janeiro e setembro, para 160,8 bilhões de coroas (US$ 16,5 bilhões).
Os “fortes” resultados comerciais foram impulsionados sobretudo pela demanda de “early adopters” 5G na América do Norte (onde o faturamento cresceu 27%) e no nordeste asiático (salto de 10%), notou a companhia. Já na América Latina foi reportado um declínio nas vendas por conta de grandes implementações já realizadas em 2018, afetando negativamente o faturamento da área Europa/América Latina em 3% (mesmo com alta da receita em solo europeu).
Uma importante contribuição chinesa sobre as receitas, contudo, é projetada pela empresa. “O maior mercado para infraestrutura 5G será a China, onde as implantações devem começar no curto prazo. Investimos para aumentar nossa participação de mercado, mas ainda é muito cedo para avaliar possíveis volumes e níveis de preços. Com base na experiência histórica, esperamos ter margens desafiadoras inicialmente, mas positivas ao longo da vida útil de um contrato”, afirmou o CEO, Börje Ekholm.
No terceiro trimestre, a receita com a divisão de redes cresceu 9% em um ano (e 4% organicamente), para 39,3 bilhões de coroas suecas (US$ 4 bilhões). No ano, o salto reportado é de 14%, para 110,6 bilhões de coroas (US$ 11,3 bilhões) em equipamentos vendidos para operadoras de telecomunicações. A empresa reportou margem operacional de 18,4% na vertical, que já concentra 27 contratos comerciais em 5G divulgados.
Uma alta na receita também foi registrada na divisão de serviços digitais, para 9,9 bilhões de coroas (US$ 1 bilhão), ou 10% frente há um ano e 5% organicamente. Ainda assim, a margem operacional do segmento segue negativa (de 19,9% há um ano para 6,7%). A Ericsson ressalta que atingir um margem operacional positiva na divisão em 2020 é um dos principais objetivos da empresa. A companhia tem 45 contratos críticos de serviços digitais que ainda impactam negativamente a lucratividade do negócio.
Entre os serviços gerenciados, houve queda de 2% na receita em um ano, para 6,6 bilhões de coroas (US$ 680 milhões), alcançando 5% negativos quando ajustada. Já a divisão dos chamados negócios emergentes recuou 33% em termos de receita, para 1,6 bilhão de coroas (US$ 160 milhões); segundo a Ericsson, a área ainda deve demorar para atingir o ponto de equilíbrio, sobretudo por conta de um aumento nos investimentos previsto na vertical de Internet das Coisas (IoT). Atualmente, 4,5 mil empresas usam a plataforma de IoT da fornecedora.
A Ericsson também divulgou expectativa de receitas para o ano que vem: a meta da companhia é faturar entre 230 e 240 bilhões de coroas suecas – algo em torno de US$ 23,7 bilhões a US$ 24,7 bilhões.