Com queda na receita de vendas e prejuízo líquido no terceiro trimestre de 2023, devido a um momento ruim no segmento de redes móveis, a Ericsson acredita que o ano de 2024 seguirá desafiador. Em carta aos acionistas, o presidente e CEO da fornecedora, Börje Ekholm, afirmou que a recuperação depende dos “seus clientes”.
“Prudentemente, nós planejamos que as condições atuais do mercado prevaleçam em 2024. Estamos administrando o nosso negócio de acordo com a gestão de custos. Quando o mercado recuperar (o apetite), teremos alavancagem operacional significativa, em especial depois das ações que estamos tomando”, informou Ekholm em carta aos acionistas.
Entre as ações listadas para manter a Ericsson navegando em águas bravas, o executivo citou os planos de redução de custos, que deve chegar a 12 bilhões de coroas (US$ 1,1 bilhão, na conversão de final de setembro) até o fim do ano, de forma anualizada, o que significa um aumento de 1 bilhão de coroas suecas (US$ 91 bilhões) ante a previsão anterior.
5G
Também afirmou que o mercado móvel está parado há anos, mas acredita que o setor vai se recuperar com o crescimento do consumo de dados móveis. Paralelamente, Ekholm disse que o 5G está “no começo do ciclo” e, embora tenha “75% de todos os locais de ERBs fora da China”, esses pontos ainda não foram atualizados com 5G de mid-band (1 GHz a 6 GHz).
“A dinâmica competitiva dos clientes no mercado tende a guiar mudanças – relativamente acentuadas – e aumento nos investimentos quando o mercado gira. E estamos vendo alguns sinais positivos nos primeiros mercados com a quinta geração”, completou o CEO.
Longo prazo
Outras duas apostas de longo prazo da Ericsson apontadas pelo executivo são:
- Redes com o padrão aberto OpenRAN com mais de 1 milhão de ERBs em campo que estão preparados para fronthaul aberto, o que sustenta a abertura em portfólio de rádio e Cloud RAN da fornecedora;
- A Vonage com oferta de APIs de comunicação e rede para desenvolvedores e empresas, um mercado que terá valor estimado de US$ 20 bilhões em 2028.
Também considerando o longo prazo, a Ericsson prevê que é possível atingir um EBITDA (lucro antes de juros, impostos e amortização) entre 15% e 18%, excluindo os gastos de reestruturação.
Imagem principal: CEO da Ericsson, Börje Ekholm (divulgação: Ericsson)