Robôs “concierge” e “garçom” com inteligência artificial (IA) vão começar a atuar no ramo hoteleiro e gastronômico no Brasil, para fazer atendimento aos hóspedes, entregar refeições, realizar serviços de quarto, entre outras funções. As soluções têm previsão de chegada em novembro deste ano, aponta o CEO, Heleraldo Costa, da empresa brasileira Quality Systems, que está trazendo a tecnologia criada nos Estados Unidos e na Ásia, em parceria com a fabricante chinesa Keenon.
A tecnologia pode se conectar ao sistema do elevador (com modelos a partir dos anos 2000) por Wi-Fi, circular de maneira autônoma pelos ambientes do hotel, prestar serviços de quarto, entregar refeições aos hóspedes e alertá-los, por meio de aplicativo, quando a comida estiver a caminho.
A inteligência artificial está integrada aos robôs, o que permite identificar, para além dos obstáculos estáticos. Com sensores ópticos de reconhecimento e de laser de forma dinâmica, o robô passa a interpretar os objetos, como um mapa mental, que já permaneciam estáticos em um mesmo ponto, como também consegue reconhecer um novo vaso de planta ou armário que antes não existia no local. Além disso, ele tem interação com os outros robôs, com o objetivo de não colidirem entre eles e para utilizar os fluxos a distância de forma que cada máquina faça um percurso mais ágil e curto.
Robô concierge e garçom
O diretor de operações da Quality Systems, Bruno Costa Camargo, afirma que são mais de 15 modelos de robôs no mercado, mas a empresa brasileira está focando em apenas dois nesta aquisição, inicialmente.
Por um lado, há o robô “concierge”, que tem cerca de um metro de altura, e conta com sistema inteligente para evitar obstáculos, além de espaço de armazenamento ventilado para conservar os alimentos quentes ou gelados e sistema de auto recarga. Na região do que seria a cabeça, há uma tela touchscreen, do tamanho de um tablet, que apresenta mapas e outras informações. A autonomia da bateria é de cerca de 15 a 18 horas e o robô permite várias interações humanas, por voz, vídeos e aplicativos para dispositivos móveis.
“Ele tem também uma característica que consegue levar alguma encomenda ou produto de valor agregado alto, de uma forma enclausurada, e quando o robô chega no local do destino final, ele só vai liberar aquele produto se a pessoa tiver o código de acesso ou QR Code”, explica Camargo. O usuário que for receber a encomenda, terá o código via aplicativo para poder aplicar no tablet no momento da entrega. Para gerar novas formas de segurança, o diretor de operações conta que a empresa também está desenvolvendo um meio para reconhecimento facial, mas ainda não pode entrar em mais detalhes.
A outra novidade é o robô “garçom”. O modelo é o T5, utilizado principalmente em restaurantes e praças de alimentação de shoppings. As funcionalidades são recepcionar os clientes e conduzi-los até suas mesas, entregar comidas e bebidas, além de levar os pratos sujos para a cozinha. Além disso, ele consegue carregar até quatro bandejas de 10 quilos de maneira simultânea – cerca de 3 a 4 vezes o que um humano pode carregar ao mesmo tempo.
Custo e perspectivas para o Brasil
As empresas hoteleiras interessadas em um dos robôs modelos W3 e T5 terão que desembolsar a partir de R$ 100 mil e a distribuidora espera vender 30 unidades no ano que vem. Os robôs também poderão ser alugados pelos estabelecimentos por aproximadamente R$ 10 mil mensais, a depender dos opcionais, modelo, versões e interações de cada local.
Atualmente, são mais de 4 mil clientes ao redor do mundo, como, por exemplo, Hotel Hilton e rede Pizza Hut, e mais de 35 mil unidades de robôs, entre os seus vários modelos, já foram vendidas. O diretor comercial da Quality Systems, Marco Aurelio de Abreu e Freitas, expõe que a companhia já está fechando algumas parcerias, em especial com as maiores redes de shoppings do Brasil, sem permissão para citar nomes. Porém, os segmentos que os robôs vão focar serão os condomínios de luxo, hotéis e restaurantes.
“A pessoa pode ficar doente, tirar férias e outros tipos de licença, e nada disso é necessário ser incumbido dentro dos robôs para as atividades que são mais automatizadas. Por isso, é uma tecnologia que vem demonstrando ser muito interessante”, finaliza Camargo.