Aplicativos da Meta, como WhatsApp, Instagram e Facebook, respondem por 45% do tráfego móvel de download no Brasil, segundo relatório da GSMA em dados obtidos junto às operadoras locais em maio de 2024. A controladora do Google (Alphabet) tem 10% e o TikTok, 5%.
Considerando toda a região da América Latina, 70% do tráfego móvel de download é dominado por essas três empresas, sendo que Meta tem 50%; Alphabet, 14%; e TikTok, 8%. Por sub-região, respondem por 75% na América Central; 70% no México; 70% na região Andina; e 68% no Cone Sul.
A associação das operadoras destaca que apenas a Meta concentra 40% do tráfego de downloads no Cone Sul e 55% na América Central, o que chega a ser o dobro e o triplo do Google, o segundo colocado respectivamente no sul e centro latino-americano.
Na divisão por conteúdo, 40% do tráfego de download dos brasileiros em redes móveis é com redes sociais, 30% com navegação, 10% com streaming e outros 10% com mensageria. A GSMA destaca que redes sociais concentram o consumo no Cone Sul (38%) e na América Central e México (60%).
Operadoras pelo Fair Share
O estudo é baseado em dados de 2016 a maio de 2024 e tem como intuito dar robustez ao discurso das operadoras que pedem o fair share às OTTs. Em seu relatório, a associação conclui:
O aumento do tráfego nas redes móveis da região é impulsionado pelo tráfego gerado pelos GGTs (Grandes Geradoras de Tráfego, as OTTs). Essas empresas desempenham um papel central na geração do tráfego que leva a essa necessidade de aumentar a capacidade da rede, com a particularidade de que esse tráfego não enfrenta atualmente sinais de preço para acesso a redes móveis.
Isto pode levar a situações de efeito carona ou de tragédia dos bens comuns, em que não existem incentivos suficientes para fazer um uso eficiente das redes públicas e alguns usuários podem esgotar a capacidade da rede em detrimento dos demais, incluindo os consumidores finais.
Nesse contexto, serão necessários mais investimentos em toda a região para aumentar a capacidade da rede e absorver o aumento projetado na demanda19. Sem esses investimentos, o futuro digital da América Latina não está garantido. As condições de mercado que favorecem o uso eficiente das redes na região podem ser um ponto de partida para otimizar a capacidade instalada e melhorar os incentivos para os investimentos necessários para o futuro digital.
Ainda de acordo com o documento, o tráfego móvel na América Latina aumentou 14 vezes nos últimos sete anos, com uma taxa de crescimento anual de quase 45% e deve aumentar mais três vezes até 2030, de 71 Exabytes por ano para 190 Exabytes por ano, em um movimento que a GSMA entende ser impulsionado pelas OTTs.
O estudo completo em português, inglês e espanhol pode ser acessado aqui.
Imagem principal: Arte de Nik Neves para Mobile Time