A Conferência Mundial de Radiocomunicação (WRC-15), que acontece de 2 a 27 de novembro em Genebra, estabeleceu a faixa de 79 GHz para o mecanismo anticolisão para carros conectados. A alta frequência será utilizada em comunicação de curto alcance e de alta resolução nos radares dos automóveis, assim permitindo a menor latência possível para os casos críticos na hora de evitar acidentes. A conferência da União Internacional de Telecomunicações (UIT) provê assim uma agenda regulatória para harmonização global do espectro, permitindo à indústria automotiva a fabricação dos dispositivos que poderiam funcionar em qualquer país. A frequência será compartilhada com outros serviços de radar de incumbents.
Em comunicado, a UIT afirma que a decisão de utilizar a faixa de 79 GHz aconteceu após longos estudos de requerimento de espectro. De acordo com a entidade, há benefícios: os aparelhos podem ser muito menores do que nas faixas utilizadas antes; uma só tecnologia pode ser utilizada para todas as aplicações; e o risco de interferência mútua é pequeno por conta de menor emissão de energia requerida. Além disso, a possibilidade de utilizar grandes blocos de 4 GHz de capacidade permite uma maior resolução para distinguir objetos.
O projeto de utilizar a frequência de 79 GHz (na verdade, no alcance entre 77 GHz e 81 GHz) foi proposto pela Comissão Europeia em 2004. Outros países já implantaram projetos de pesquisa, como os Estados Unidos. No Brasil, a faixa de 78 GHz a 79 GHz é destinada à radiolocalização em caráter primário para pesquisa espacial (do espaço para a Terra), comunicações de radioamador e radioastronomia. Entre 79 GHz e 81 GHz, o espectro está destinado para radioastronomia e radiolocalização. A Anatel considera atribuições de faixas definidas em tratados e acordos internacionais aprovados pela UIT.