O WhatsApp (Android, iOS) anunciou nesta quinta-feira, 17, novas funcionalidades que buscam consolidá-lo como uma plataforma de negócios. O aplicativo está testando no Brasil sua jornada de compra fim-a-fim, possibilitando pagamentos para empresas diretamente pelo chat. Os usuários agora também podem buscar por negócios locais dentro do app, no chamado Guia de Negócios, que já vinha sendo testado desde 2021 em São Paulo, mas agora foi estendido para todo o País.
“A nova era de negócios está na mensageria de negócios”, disse Guilherme Horn, head do WhatsApp na América Latina, no WhatsApp Business Summit, realizado nesta quinta-feira, em São Paulo. O executivo destacou o potencial do WhatsApp empresas, citando pesquisa do Mobile Time: 65% dos brasileiros já fizeram compras pelo app.
Até agora, o Whatsapp permite somente pagamentos entre pessoas físicas, por meio do Facebook Pay. Mas está sendo criada uma plataforma aberta para possibilitar pagamentos de pessoas físicas a empresas. Ao Mobile Time, Horn informou que o desenvolvimento foi específico para o País, em função da regulamentação brasileira.
Algumas companhias do mercado financeiro já estão trabalhando nos testes com a Meta para a implementação do novo recurso – as adquirentes Cielo, Getnet, Fiserv, Mercado Pago e Rede, assim como as bandeiras Visa e Mastercard. No futuro, qualquer adquirente poderá aderir aos pagamentos pelo WhatsApp, quando a ferramenta for lançada oficialmente. Não há uma data para isso, mas deve ocorrer “em breve”, segundo o head.
“O modelo de negócio é muito similar ao que já existe hoje. Na verdade, é um canal adicional. Por exemplo, um comerciante tem um contrato com algum adquirente ou com vários. Ele vai usar esse mesmo contrato para aderir ao pagamento pelo WhatsApp. Na hora que ele se cadastrar, vai escolher qual adquirente. Ele pode escolher um que já tenha um relacionamento e associar à sua conta existente. Ou, se não tiver relacionamento com nenhum, escolherá uma diferente para cadastrar”, explicou Horn.
O executivo não pôde dar detalhes sobre quais serão as taxas praticadas, mas afirmou que serão condições comerciais semelhantes às que já existem no mercado. Por enquanto, somente cartão de crédito e débito serão aceitos, mas no futuro novos meios de pagamentos serão agregados, como Pix. A Meta ainda aguarda aprovação do Banco Central para lançar a funcionalidade.
No fim de agosto de 2022, o WhatsApp introduziu sua primeira experiência de compra fim-a-fim, na Índia. Clientes da JioMart, uma loja online de supermercado na Índia, conseguem selecionar frutas, vegetais e outros produtos pelo app, além de realizar o pagamento do pedido, como será no Brasil.
Guia de Negócios
Uma nova função está sendo lançada pelo WhatsApp nesta quinta-feira, em todo o Brasil. O Guia de Negócios permite aos usuários buscar por negócios locais dentro do WhatsApp, seja pelo nome, local ou por categoria de produtos e serviços oferecidos pela empresa. O recurso já vinha sendo testado em São Paulo desde o final de 2021.
Ao encontrar empresas pela busca do app, é possível ver o catálogo de produtos e serviços, e adicionar ao carrinho de compras, que é enviado posteriormente ao comerciante. Ao aderir à plataforma, todo o catálogo será linkado à busca do WhatsApp. Algumas das categorias de empresas são, por exemplo, cafeterias, restaurantes, roupas e acessórios ou até mesmo serviços automotivos.
“Ela é muito poderosa para o pequeno comerciante, porque você já está dentro do WhatsApp com o usuário o tempo todo. Você simplesmente vai no WhatsApp na barrinha de busca. Uma vez encontrada a empresa, já tem tudo ali – o catálogo de produtos, o telefone para contato etc. Você clica e começa a conversar imediatamente com o negócio. Essa funcionalidade é extremamente poderosa”, aponta o head do WhatsApp para a América Latina.
As empresas que desejarem aderir devem fazer o cadastro pelo WhatsApp. No período de testes, a busca foi maior por restaurantes, padarias e farmácias. “Tipicamente é o pequeno negócio local”, disse o executivo, sobre quais são os negócios mais procurados pelos usuários.
O recurso está sendo introduzido inicialmente no mercado brasileiro, mas deve ser expandido para outros países no futuro.