O Brasil será um dos principais motores da América Latina na adoção do 5G e na massificação da Internet das Coisas (IoT), segundo relatório da associação global de operadoras móveis (GSMA) divulgado nesta terça, 17. De acordo com a previsão da entidade, a quinta geração será responsável por 11% dos acessos totais móveis no Brasil até 2025.
O 4G, atualmente com responsável por 62% do mercado móvel brasileiro, crescerá ainda mais e chegará a 87% no período. Já o 3G deverá sair dos atuais 26% da base para sumir quase completamente daqui a cinco anos, enquanto o 2G reduzirá a base de 12% para 2% do mercado.
Com isso, a penetração do serviço móvel em assinantes únicos no Brasil sairá de atuais 69% para 75% entre 2018 e 2025. E a adoção de smartphones sairá de 81% para 88%.
IoT
O relatório da GSMA dá grande destaque às oportunidades da Internet das Coisas. Para quase dois terços (65%) das empresas brasileiras, a conexão deve ser paga em mensalidades para mitigar riscos iniciais na implantação, percentual bem acima dos 46% da média global. O pagamento anual é melhor para 15% dessas companhias no País, enquanto um pagamento de sinal no início do contrato é a modalidade para 3%. Foram citadas ainda como alternativas de pagamento a conectividade já embutida no preço (12%) e o compartilhamento de receita (4%).
A associação destaca os incentivos por meio de políticas públicas, como o Plano Nacional de IoT, sancionado em junho pelo presidente Jair Bolsonaro. A GSMA afirma que o plano “endereça diretamente o desafio de custo da implantação”, pois o decreto classifica a tecnologia como uma infraestrutura que integra a provisão de serviços de valor adicionado (SVA), “assim potencialmente isentando os dispositivos IoT do imposto sobre consumo brasileiro (ICMS), o que é aplicado a bens ou serviços por todos os estágios da venda, da fabricação ao consumidor”. Vale ressaltar, contudo, que há ainda a isenção de taxação do Fistel, que deve ser endereçada por meio de projeto de lei, embora o governo já tenha sinalizado a possibilidade de medida provisória.
O relatório também cita as iniciativas de financiamento do BNDES para IoT, com linhas de R$ 16 milhões na primeira fase um projeto piloto para soluções de saúde, smart cities e verticais de indústria e agronegócio. A GSMA ressalta ainda a parceria do MCTIC com o Ministério da Agricultura para formar a Câmara Agro 4.0, para incentivar conversas sobre estratégias de conectividade e tecnologia focadas em IoT no agronegócio.
O documento destaca a aprovação da lei geral de proteção de dados (LGPD) com uma agenda regulatória baseada em risco e tecnologicamente neutra, incorporando vários métodos de processamento de dados. A associação entende que a LGPD procura o equilíbrio entre a proteção dos dados pessoais e o uso para serviços inovadores. “A lei também demonstra que a flexibilidade é possível em fluxos de dados em fronteiras sem rebaixar o nível de proteção a consumidores”.