O volume de transações por aproximação está crescendo 30% ao mês no Santander e vai ultrapassar pela primeira o de pagamentos com senha e chip em janeiro, projeta o diretor de cartões do banco, Rogério Panca, em conversa com Mobile Time. De fevereiro de 2020 até outubro de 2021, todos os 29 milhões de cartões emitidos pelo Santander foram entregues com NFC. Hoje, 80% da sua base de cartões ativos estão aptos para a realização de pagamentos por aproximação.
“Nos últimos dois anos aumentou muito o uso do NFC. Essa tecnologia melhora a experiência de pagamento. O cliente que antes pagava pequenos valores em dinheiro, agora paga por NFC”, comenta o executivo. Panca destaca outros fatores que também contribuíram para o crescimento dos pagamentos por aproximação: a padronização da experiência de pagamento contactless nas máquinas das diferentes redes de adquirência; a exigência das bandeiras de que novos cartões passem a ser emitidos necessariamente com NFC; o aumento do limite de R$ 50 para R$ 200 para pagamentos por aproximação sem necessidade de senha; e a pandemia, que despertou o interesse por um meio de pagamento presencial que dispensa o toque na máquina de POS.
Segundo o diretor do Santander, os pagamentos por aproximação usando o cartão de plástico representam um volume maior que aqueles feitos através de devices como smartphones e wearables. “O plástico é muito democrático. Topo mundo tem e não requer saber usar um aplicativo”, explica. O volume de transações por aproximação em devices cresce, mas sua participação no total não, porque a quantidade de pagamentos com cartões NFC cresce mais rápido. Hoje o Santander tem cerca de 500 mil clientes que utilizam vestíveis para pagamentos, como pulseiras e relógios inteligentes.
Pix VS cartões
Panca reconhece o sucesso do Pix para pagamentos entre usuários finais (P2P), substituindo especialmente TEDs, DOCs e dinheiro vivo. Mas não acredita que os pagamentos instantâneos ameacem os cartões de crédito, pois estes possuem algumas vantagens importantes, como o prazo para pagar, os programas de benefícios com milhas ou pontos e o pagamento parcelado sem juros. “O crédito possui uma blindagem”, avalia.
O débito, por sua vez, pode ser canibalizado pelo Pix no futuro se este melhorar sua experiência de pagamento nos pontos de venda. “No P2M, a experiência de pagamento com Pix em comparação com NFC é pior porque demora mais”, argumenta.
Samsung Pay
Há poucas semanas, o Santander e a Samsung anunciaram uma parceria: foi adicionado ao app do Samsung Pay um botão com o logo e o nome do banco. Através dele é possível abrir uma conta, emitir um cartão ou pedir um empréstimo através da Sim, fintech de empréstimos do grupo Santander. A informação do modelo do smartphone é levada em conta na análise de risco de cada cliente. A Samsung recebe uma remuneração por cada conta aberta, cartão emitido ou empréstimo concedido. Em breve as duas empresas farão ações de marketing para promover a parceria.