A Solis implementará no começo de 2025 sua primeira rede celular privativa (RCP) com tecnologia 5G. Ela utilizará a frequência de 3,7 GHz, com licença de Serviço Limitado Privado (SLP) e atenderá a um cliente do setor sucroenergético. Até agora a Solis implementou mais de 120 torres para RCPs no agronegócio, mas todas são 4G na faixa de 700 MHz. A projeção é superar 300 torres até o final de 2025. A companhia é uma das principais responsáveis para o avanço das redes celulares privativas no campo brasileiro, de acordo com Mapa das RCPs no Brasil, produzido por Mobile Time.
“A agroindústria também precisa de redes celulares privadas em ambientes fechados, para aplicações de indústria 4.0 e para eliminar cabeamento”, explica Felippe Antonelle, cofundador e CRO da Solis, em conversa com Mobile Time, justificando a demanda por RCPs 5G.
Modelo de negócios da Solis
A Solis se especializou na oferta de RCPs para o agronegócio. Sua solução é “turn key”: ela entrega tudo pronto e opera as redes. A Solis verticalizou todo o processo, cuidando desde o planejamento de radiofrequência, passando pela obtenção de todas as licenças necessárias (de espectro, ambiental e urbanística) e pelas obras de instalação das torres, até a operação em si das redes.
As RCPs da Solis são vendidas como serviço, ou seja, o cliente não precisa investir na infraestrutura: é 100% Opex. Os contratos são de cinco anos, renováveis por mais cinco.
“Implementamos cada rede em até 90 dias. Se for um projeto pequeno dá para fazer em três semanas”, afirma Antonelle. Suas RCPs usam apenas macrocélulas. As torres podem ter até 150 metros de altura e os projetos garantem uma cobertura acima de 85% da área de cada cliente.
Para cada rede privativa, o cliente recebe um pacote inicial com 50 SIMcards. Há três “sabores”: um para acesso apenas à RCP; outro para usar na RCP e acessar dados fora dela, por meio de uma parceria como MVNO com a Datora; e um terceiro que permite também comunicação por voz fora da RCP, também por conta da parceria com a Datora – a Solis tem uma autorização de operadora móvel virtual credenciada.
A energia que alimenta a rede é provida por cada fazenda. As torres contam com um banco de baterias que dura entre quatro e seis horas e redundância por satélite. O backbone para acesso à Internet também é provido pelo cliente através de ISPs locais.
A Solis tem uma parceira estratégica com a Nokia, como fornecedora de seus equipamentos de rede de acesso (RAN, na sigla em inglês). E utiliza um core único da ZTE.
Culturas e distribuição geográfica
A Solis começou a operar em janeiro de 2023. Seu foco inicial foi atender principalmente os segmentos de grãos e fibras, mas hoje conta com RCPs também para pecuária, citricultura e silvicultura.
As suas redes estão distribuídas principalmente pelos estados de Maranhão, Tocantins, Goiás, Piauí, Bahia e Mato Grosso.
As principais aplicações usadas nas suas RCPs são a comunicação de funcionários e a coleta de dados em estações meteorológicas e sensores de IoT.
Recentemente a Solis contratou o executivo Marcos Mendes para ser seu novo CEO. Ele tem longa experiência no setor de telecom, tendo passado por operadoras como Claro e TIM.