O WhatsApp lançou o WhatsApp Business (Android), seu aplicativo para pequenas empresas, em cinco países nesta semana: EUA, Indonésia, Itália, México e Reino Unido. O Brasil e o resto do mundo terão acesso à novidade nas próximas semanas.
O WhatsApp Business permite que pequenas empresas tenham uma presença oficial dentro do serviço de mensagens para se comunicar com os seus clientes. Sua utilização é completamente gratuita, informa o blog do WhatsApp. Os perfis criados a partir do WhatsApp Business são identificados por um ícone especial cinza dentro do aplicativo, para que os consumidores os reconheçam como comerciais. Haverá um processo de confirmação do telefone associado a cada conta. Depois de confirmadas, as contas ganham um “tique” dentro do ícone.
Através do novo app, uma empresa pode construir um perfil próprio com informações básicas, como horário de funcionamento, endereço, página de Facebook etc. É possível controlar o perfil através da web, para responder mais facilmente às perguntas dos usuários. Também é possível programar respostas prontas para situações recorrentes, como saudação ou alerta de ausência. O app fornecerá estatísticas de uso.
Vale lembrar que o consumidor continuará tendo o poder de bloquear contatos que julgue impertinentes, inclusive aqueles de perfis comerciais.
Análise
Muitos estabelecimentos de pequeno porte já utilizam o WhatsApp como meio de comunicação, mas sofrem com o problema de não terem uma ferramenta apropriada para a utilização desse canal. O WhatsApp Business resolve essa questão.
Por outro lado, ainda não é dessa vez que o WhatsApp ganhará uma fonte de monetização, pois o novo app é gratuito. A receita deverá vir através das contas corporativas, que algumas grandes corporações estão testando, dentre as quais o Itaú e a KLM no Brasil. Elas terão ferramentas mais sofisticadas de gerenciamento e possibilidade de maior tráfego de mensagens. O modelo de negócios, contudo, ainda não foi revelado.
Há uma corrida em andamento para decidir qual plataforma móvel de mensageria substituirá o SMS no milionário mercado A2P (Application to Peer) no Ocidente. O principal concorrente do WhatsApp é o padrão RCS, uma espécie de evolução do SMS, que passa a ter funcionalidades multimídia em uma interface controlada via app móvel. O RCS foi criado pela GSMA, entidade que representa as operadoras móveis, e ganhou recentemente o apoio do Google, que oferece a sua plataforma de RCS na nuvem de graça para as teles. Só não tem, por enquanto, o apoio da Apple, que ainda não aderiu ao novo padrão.
Os dois lados mexem as peças com cautela, sem abrir, por exemplo, modelos de negócios ou preços. Um passo em falso pode ser tudo o que o concorrente deseja. O WhatsApp tem uma vantagem enorme em suas mãos: uma base de 1,3 bilhão de usuários no mundo, sendo praticamente uma unanimidade em alguns mercados como o Brasil, onde 95% dos usuários de smartphone têm o app instalado e 97% deles o abrem todo dia ou quase todo dia. As operadoras móveis, pelo seu lado, já têm as grandes empresas em sua carteira de clientes de SMS A2P, em parceria com brokers homologados. O que lhes falta é uma interface atraente para os consumidores. Talvez menos que uma corrida, essa disputa seja um jogo de xadrez. Cada movimento requer paciência e inteligência.
Para conhecer mais sobre a popularidade do WhatsApp, do Facebook Messenger, do Telegram e do SMS no Brasil, recomendamos a leitura do mais recente relatório Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre mensageria. Uma nova edição está em produção e será divulgada em fevereiro.