A Microsoft confirmou nesta quarta-feira, 18, o início de um processo de demissão de 10 mil funcionários, a terceira reestruturação em menos de uma década. Em carta publicada junto à SEC, órgão norte-americano similar à brasileira CVM, o CEO Satya Nadella escreveu que os cortes serão feitos até o segundo trimestre deste ano e trarão uma redução em 5% no quadro de funcionários da empresa.
Como efeito da redução nas posições, locais de trabalho, pagamentos aos demissionários e até cortes em seu portfólio de hardware, a Microsoft terá um gasto extra de US$ 1,2 bilhão no relatório do quatro trimestre de 2022, que será divulgado na próxima terça-feira, 24.
O executivo explicou que o motivo para o corte está relacionado aos seguintes fatos:
- Depois do aumento do consumo digital na pandemia, os usuários estão racionalizando seus gastos digitais;
- Risco de recessão em alguns mercados;
- Avanço da inteligência artificial na computação.
Nadella afirmou que vai continuar a investir em áreas estratégicas para a empresa, mas vai descontinuar projetos. Na prática, os profissionais e talentos serão transferidos para outras áreas de “crescimento secular e de competitividade em longo prazo” para a companhia, disse o CEO.
“Quando penso neste momento, o começo de 2023, é a hora do show para a indústria de TI e para a Microsoft. Como companhia, o nosso sucesso está alinhado ao sucesso do mundo. Isso significa que cada membro de nosso time deve elevar a barra e desempenhar melhor que as empresas rivais para entregar inovações que beneficiem os consumidores, as comunidades e os países. Se entregarmos isso, nós vamos emergir mais fortes e caminhar para o futuro, simples assim”, afirmou o executivo.
Vale dizer, a rodada de demissões chega em um momento peculiar para a empresa. A Microsoft está envolvida em rumores de investimento no ChatGPT, a plataforma de IA generativa que estaria avaliada em US$ 29 bilhões. A companhia de Seattle estaria disposta a injetar até US$ 10 bilhões na tecnologia.
Histórico
A Microsoft passa por sua terceira grande rodada de demissões desde que Satya Nadella assumiu a companhia em 2014, no lugar de Steve Ballmer. Em 2015, a empresa cortou 7,8 mil funcionários e um ano depois mais 1,8 mil, após reconhecer que a operação de compra da Nokia mobile deu prejuízo contábil de US$ 7,6 bilhões, algo que passou dos US$ 8,5 bilhões com os custos de reestruturação.