Durante a apresentação do Annual Internet Report Complete Forecast Update 2018-2023 da Cisco, nesta terça-feira, 18, o diretor de operadoras da companhia, Hugo Baeta Santos, reforçou a importância da segurança nas redes e nas empresas para o combate aos ataques DDoS, que congestionam a rede de modo que o serviço da companhia fica indisponível. Segundo os dados do relatório, o pico do tamanho do ataque aumentou 63% na comparação entre 2018 e 2019. Houve um crescimento de 776% de ataques entre 100Gbps e 400Gbps ano a ano, assim como a frequência global de ataques DDoS, que foi de 39% entre 2018 e o ano passado. 23% dos ataques são maiores do que 1Gbps e o tamanho médio é superior a 1Gbps, o suficiente para deixar a maioria das organizações completamente offline, segundo o estudo da Cisco.

“Mais banda, mais ataques eficientes e mais fáceis de causarem danos”, resume Baeta.

De acordo com os dados históricos da Cisco, que relatam o período entre 2018 e 2019, ao todo, foram 1.272 violações e um recorde de 128.171 de registros expostos por violação, totalizando mais de 163 milhões de registros expostos.

29,3 bilhões de dispositivos conectados são 29,3 bilhões de ameaças. A segurança cibernética é a nova regra do jogo. Não adianta pensar em velocidade se não tem segurança”, explica o diretor de operadoras da Cisco, que enfatizou a importância de as empresas se adequarem o quanto antes à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD),

Sobre a LGPD, Baeta explicou que, apesar de a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) ainda estar em processo de formação, é fundamental que as empresas se adequem à nova lei.

“Contar com o adiamento da LGPD é um erro. A empresa corre o risco de receber multas, de negócios serem interrompidos, perder a credibilidade… isso não é um ‘pode ser que’, mas sim um ‘já está acontecendo’”, diz.

Para o diretor de políticas públicas da empresa, Giuseppe Marrara, estar preparado para a LGPD é desafiador, uma vez que é preciso treinar, capacitar, preparar os sistemas. “Não é nada trivial. Por outro lado, apostar que vai atrasar não é a melhor solução. Não teria sangue frio para isso”, comenta. “A data da lei é a data da lei. Mas, mesmo nessa direção, a importância da privacidade veio para ficar. Um país que não se preocupa com isso, será considerado um pária e vai ficar isolado das cadeias de transferência de dados”, conta.

Vale lembrar que, assim como na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a versão europeia, o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR), exige que o outro país com o qual se faz transferência de dados tenha uma regulamentação similar.

“A empresa pode não ser mais capaz de oferecer o serviço que ela presta. O fato é que todo o mundo terá que se adaptar. Não é opcional. Ninguém vai esquecer o assunto e a pressão será cada vez maior. Mas quem sair primeiro vai sair à frente do mercado”, resume Marrara.

 

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