A Track mira valor de mercado de R$ 1 bilhão até 2026. De acordo com o CEO e cofundador, Tomás Duarte, a empresa de análise e monitoramento de indicadores de clientes com inteligência artificial chegou a um valuation de R$ 150 milhões com a compra da rival HFocus, que atua mais no segmento de saúde.
Para a próxima etapa até se tornar um unicórnio – jargão do mercado para quem vale mais de US$ 1 bilhão –, a Track prepara sua primeira rodada de capital para este ano. O dinheiro obtido será usado para fusões e aquisições e melhorias em sua plataforma.
“Tenho uma wishlist (lista de desejo, na tradução livre do inglês) depois da estruturação da HFocus”, disse Duarte, em conversa recente com Mobile Time. “Essa wishlist é baseada em atender mercados onde não atuamos, como PMEs, ou de forma complementar ao nosso produto”, completou.
Gestão do cliente
Operando no modelo de SaaS, a tecnologia da Track permite monitorar os indicadores de satisfação dos clientes (CES, NPS, CSAT, pesquisa de satisfação), pedir respostas, ter informações com análise de dados e gerar informações para gestores.
De um modo mais simples, Duarte explica que a empresa-cliente instala o software ou pluga via API e o sistema faz a análise de satisfação do consumidor desta companhia. A avaliação pode ser feita junta ao usuário via QR Code, dentro do app de uma empresa e por mensageria – WhatsApp e Telegram (em breve).
A Track tem ainda um motor de processamento de linguagem natural próprio que ajuda o gestor a automatizar a categorização de comentários, ver as análises de sentimento e compreender melhor o comportamento do consumidor. Uma das empresas que utiliza esse NLP é a Natura.
A base da Track é de 25 milhões de consumidores acompanhados a cada três meses, localizados em Brasil, Estados Unidos, México, Colômbia e outros seis países. Em 2021, a companhia alcançou 100 milhões de consumidores e 15 mil profissionais usaram sua plataforma. Entre os segmentos em que atuam estão indústria, varejo, seguros, finanças e healthcare – este último era top três antes da compra da HFocus.
“No ano de 2021 atingimos 100 milhões de consumidores em dez países. São trilhões de datapoints. Temos 500 contratos e 15 mil profissionais que utilizam o nosso software. Temos clientes como a Allianz nos EUA, Colômbia, México. Brasil é o principal mercado para nós”, disse o executivo.
HFocus
A partir da compra da rival, a Track planeja crescer 55% neste ano em receita recorrente e faturamento anual. Novamente, Duarte afirmou que o incremento na parte financeira da empresa ajudará no desenvolvimento de seu valor de mercado. A melhoria da plataforma também está no radar da empresa, a partir da entrada do time da HFocus. O CEO da Track não esconde que a compra da concorrente também foi pelo capital humano que esta possuía.
“O CEO deles, José Choucaira, passa a ser nosso CFO. É experiente. Ele estudou em Wharton (EUA) e na FGV; e tem passagem pelo BTG. A COO, Cristina Berlanga, se tornou CPO conosco. Eles têm 30 pessoas no time (seniores em sua maioria)”, explicou. “A HFocus é um bom time com talentos importantes, que nos complementam, com boa sinergia. A complementariedade dos times é fundamental. Mas também disputávamos os mesmos clientes. Portanto, é uma maneira de expandir o faturamento”, disse.
Sobre os clientes que atualmente estão na HFocus, em especial Rede D’Or, Sírio Libanês e Albert Einstein, o CEO afirmou que, ao longo de 2022, a plataforma adquirida será absorvida e os clientes serão trazidos para a Track.