O MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) e a Febraban lançaram nesta terça-feira, 18, a Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias Digitais. A iniciativa também conta com a colaboração de outras entidades públicas e privadas – entre elas, as operadoras de telecomunicações e a Anatel –, com o objetivo de articular e integrar ações preventivas. 

A Aliança implementará grupos temáticos para estudar as medidas conjuntas de segurança e de combate a fraudes bancárias digitais (veja mais abaixo). Entre os golpes que devem ser coibidos, estão os que envolvem chamadas telefônicas, venda de dados, envio de boletos falsos e deep fake. 

Na solenidade de lançamento, nesta tarde, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ressaltou que a Constituição Federal prevê a segurança pública como “dever do Estado e responsabilidade de todos”.

“Isso significa que a responsabilidade sobre a segurança pública não pode recair exclusivamente sobre os ombros dos agentes estatais. É claro que nós assumiremos essa tarefa com muita ênfase, mas sem a participação da sociedade civil, seguramente não há avanços no tema da segurança pública”, disse Lewandowski.

A parceria faz parte do acordo de colaboração celebrado em agosto do ano passado entre o MJSP e a Febraban, focado no combate a fraudes bancárias, golpes e crimes cibernéticos.

“A alarmante escalada desta modalidade de crime, que diariamente vitima muitos brasileiros, ocasiona não só vultosos prejuízos financeiros, como também abala significativamente a confiança dos cidadãos e nossas instituições. Cientes desta realidade e do impacto dessas ações criminosas, esta parceria busca integrar esforços e ações para uma resposta efetiva para sanar ou mitigar significativamente este problema”, complementou o ministro. 

Estrutura da Aliança contra fraudes bancárias

Conforme apresentado pela secretária de direitos digitais do MJSP, Lílian Cintra, a estrutura da Aliança compreende um Comitê Gestor, formado pelo ministério e a Febraban, além de fóruns bimestrais, que reunirão parceiros para debater projetos. Além disso, serão formados três grupos temáticos:

  • Compartilhamento e tratamento de dados e informações: para definir “critérios e protocolos para o compartilhamento de dados com o objetivo de detectar e coibir fraudes, golpes e crimes cibernéticos”, com “foco em aperfeiçoamento da Plataforma Tentáculos, parceria entre Polícia Federal e Febraban”.
  • Atendimento a vítimas e capacitação de agentes: para propor “medidas para o atendimento a vítimas de fraudes, golpes e crimes cibernéticos, como a criação de canais de denúncia centralizados e protocolos de atendimentos em delegacias”.
  • Boas práticas de prevenção, detecção e resposta: que visa a implementação de “campanhas de conscientização” e “definição de melhores práticas para a prevenção de fraudes, golpes e crimes cibernéticos, com foco em verificação de identidade para abertura de contas por meio eletrônico”.

Anatel

A Anatel é uma das instituições participantes. Um dos projetos a serem apresentados como contribuição da agência à Aliança é o sistema Origem Verificada (antigo Stir/Shaken), que permite a identificação de chamadas e funcionará automaticamente em dispositivos compatíveis com 4G ou 5G. 

O lançamento do Origem Verificada estava previsto para novembro do ano passado, mas foi adiado em decorrência da necessidade de adequações em dispositivos. A nova previsão é de que o lançamento oficial se dê ainda neste semestre.

Integrantes

Além da Anatel, também integram a Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias Digitais: 

  • ANPD – Autoridade Nacional de Proteção de Dados;
  • BACEN – Banco Central do Brasil;
  • COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras;
  • CONCPC – Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil;
  • INSS – Instituto Nacional do Seguro Social;
  • MGI – Ministério da Gestão e da Inovação;
  • PF – Polícia Federal;
  • PROCONS;
  • Receita Federal – Secretaria da Receita Federal do Brasil;
  • SEDIGI – Secretaria de Direitos Digitais do MJSP;
  • Senacon – Secretaria Nacional do Consumidor;
  • SENAJUS – Secretaria Nacional de Justiça;
  • Serpro – Serviço Federal de Processamento de Dados; e
  • SENASP – Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Entre entidades e associações privadas, estão:

  • ABBC – Associação Brasileira de Bancos);
  • B3 ;
  • ABECS – Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços;
  • BRASSCOM – Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação
  • Conexis;
  • ZETTA – Zetta Comunicação Digital;
  • IDV – Instituto para Desenvolvimento do Varejo;
  • ABIPAG – Associação Brasileira das Empresas de Pagamento e Tecnologia;
  • Abranet – Associação Brasileira de Internet;
  • Câmara e-net – Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico; e
  • ANBC – Associação Nacional dos Bancos de Crédito.

Imagem principal: ministro Ricardo Lewandowski durante lançamento  da Aliança. Crédito: Carolina Cruz/Mobile Time

 

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