Mesmo com o forte crescimento do Windows Phone no Brasil em 2013, desenvolvedores ainda apostam forte no iOS, até pelo retorno de investimento com usuários. Prova disso é que a FileMaker, uma subsidiária da Apple voltada à capacitação de desenvolvedores, realizou pelo segundo ano seguido um evento fechado em São Paulo na semana passada para cerca de 200 executivos e seus canais de distribuição, desenvolvimento e treinamento no Brasil. A ideia era apresentar a nova versão do software FileMaker Pro, lançado há dois meses em sua 13ª edição e, pela segunda vez, adaptado ao português brasileiro.
A gerente de canais para as Américas da FileMaker, Julie Sigfrinius, afirma que há uma forte demanda para o software, que também é usado para desenvolver aplicativos para Mac, Windows e HTML5, após sua localização para o mercado brasileiro. "Sim, temos visto um grande crescimento. Antes, o consumidor era forçado a comprar (o software) onde fosse possível, e isso era um desafio para eles e para nós, porque não sabíamos onde ele está, como podíamos dar suporte, como ajudá-lo a crescer", declara, sem abrir números da empresa no mercado nacional. "Agora, estamos extasiados ao obter essas informações, é uma tremenda oportunidade para nós".
Para Julie, o iOS ainda é "extremamente popular" nas Américas e, para desenvolvedores, o FileMaker seria uma ferramenta mais simples e acessível para construir um aplicativo de código único e compatível com diversas plataformas, sem necessidade de exportar projetos para versões móveis, por exemplo. Entretanto, essa mobilidade, ao menos por enquanto, está restrita ao sistema da Apple para iPhone e iPad. Mesmo capaz de confeccionar apps em HTML5, linguagem que a maioria dos dispositivos móveis consegue utilizar, ele ainda está restrito à versão Web para computadores. "Não queremos fechar os consumidores a usarem outros produtos", diz a executiva. Mas ela dá a entender que as próximas versões poderão mudar isso. "O futuro parece brilhante, dá para ver as oportunidades", declara ela.
Maior presença no Brasil
Como é uma subsidiária da Apple, a FileMaker segue as mesmas políticas de não divulgar detalhes das operações, como uma previsão de quando será lançada a nova versão do programa. Mas Julie Sigfrinius garante que o Brasil é um dos "três maiores da América Latina em termos de interesse em todos os níveis" e que o mercado nacional está crescendo "muito rapidamente". A gerente de marketing e vendas da companhia para América Latina, Adriana Fayad, confirma, revelando que a comunidade de usuários ativos do programa já conta com cerca de 13 mil desenvolvedores. "Nossa equipe está há oito anos na região (latino-americana), e, de lá para cá, a empresa já cresceu dez vezes em vendas. No caso do Brasil, o crescimento foi meteórico a partir da versão em português, no final de 2012".
Outro fator que indica uma maior adoção no mercado brasileiro é o crescimento do programa FileMaker Business Alliance, que avalia e certifica desenvolvedores de acordo com normas de programação, estrutura de banco de dados e de acordo com o manual de boas práticas. "É a segunda vez que fazemos esse evento no Brasil e já duplicou o número de sócios graças à demanda que os clientes começam a gerar, com muitos pedidos, e eles veem que podem apostar muito mais", declara Adriana. Atualmente são sete consultores de soluções de "diferentes segmentos" e mais dois sócios para a área de treinamento no programa. "Mas estamos tendo pedidos de novas empresas interessadas", revela.
O programa tem uma versão gratuita para iPhone e iPad, o FileMaker Go 13, que pode ser baixada clicando aqui.