Do ponto de vista concorrencial, a Nextel tem hoje, no Brasil, pouco mais de 3,3 milhões de assinantes, contra cerca de 56,5 milhões da Claro. A fusão entre as duas não deixará a Claro em primeiro, dado que a Vivo conta com pouco mais de 73 milhões de clientes, mas permitirá que a empresa consolide a segunda posição em relação à TIM, que até então disputava a posição com os mesmos 56 milhões de acessos.

Segundo apurou Teletime News, a operação ainda não foi formalizada junto à Anatel, o que deve acontecer nesta segunda, 18. A agência analisará se há concentração (o Cade também terá que fazer esta análise) do mercado e se existe extrapolação do limite de espectro (spectrum cap) permitido a uma mesma operadora. Esta análise já havia sido feita informalmente pela agência durante o processo de revisão da regulamentação e o entendimento é de que qualquer operadora que adquirisse a Nextel não precisaria vender as faixas adquiridas, mas a Anatel terá agora que olhar o caso concreto. A Claro é a operadora que tem mais espectro na maior parte das regiões brasileiras. A compra da Nextel certamente deixa a empresa em uma situação ainda mais confortável e, possivelmente, menos ávida pelo leilão de 5G.

Pós-pago

Especificamente no segmento pós-pago, com a aquisição, a Claro somará 3,25 milhões de clientes na modalidade aos 23,44 milhões que já possuía ao fim do ano passado, totalizando assim pelo menos 26,7 milhões de acessos pós-pagos. Isso representa 44,7% do total de 59,7 milhões de chips móveis ativos que as duas empresas terão juntas.

Ao fim de 2018, o share pós-pago da Claro era três pontos percentuais menor, ou 41,7% de sua base móvel. Com o negócio, a empresa toma distância à frente da TIM (36% no pós ao fim de 2018) e se aproxima um pouco da Vivo, onde os clientes pós-pagos já são mais da metade da base total – representavam 55% em dezembro. No País, 43,4% dos usuários de telefonia móvel tinham planos pós-pagos (incluindo controle) ao fim do ano passado.

No caso da Nextel, a base pós-paga era absoluta maioria, com a operação pré somando apenas 47 mil acessos em dezembro. O foco na modalidade mais rentável também se traduz em uma receita média por usuário (ARPU) consistente: mesmo com queda em 2018, o indicador da empresa ficou em US$ 15 no acumulado do ano. A título de comparação, o ARPU móvel da Claro aumentou 10,3% em 2018 e encerrou o ano em R$ 17.

Anunciada nesta segunda-feira, 18, a aquisição da Nextel pela Claro ainda depende da aprovação dos acionistas da primeira, assim como de órgãos reguladores. No ano passado, a adquirida somou US$ 605,5 milhões em receitas líquidas.

 

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