| Publicado no Teletime | Para a Brisanet, a principal questão que ainda precisa ser esclarecida em relação à participação dos pequenos e médios provedores regionais no leilão de 5G é se será assegurado a eles o uso das redes das concorrentes em roaming local, ou seja, dentro da área de cobertura prevista para os respectivos lotes do edital. José Roberto Nogueira, CEO da Brisanet, já havia trazido esse ponto antes da conclusão do edital, mas o tema não foi resolvido. “O que a gente ouve da Anatel é que será possível tratar desse tema no Plano Geral de Metas de Competição. Mas é uma questão que certamente todos os operadores regionais que ganharem o edital de 5G vão ter que resolver logo depois que sair o resultado”, diz o empresário. “O leilão do 5G é uma oportunidade e existe recurso para que os operadores regionais participem do 5G, mas a gente sabe que a rede não poderá ser construída toda de uma vez e o usuário vai precisar usar a rede de outras operadores mesmo dentro das regiões que os ISPs forem vencedores”, diz.

A razão pela qual a rede dos provedores regionais não será construída de uma vez, diz, tem a ver com o processo de migração dos usuários de banda C para banda Ku. “Cada cidade vai acontecer em um tempo diferente, e a gente só pode ativar a rede de 5G aos poucos, depois da limpeza da banda C”. Lembrando que uma das obrigações do edital de 5G é que seja feita a troca dos equipamentos de TV  por satélite.

Esse é um outro aspecto fundamental para a participação dos provedores regionais, diz Nogueira. “A gente precisa ter uma definição sobre quais as cidades que serão liberadas antes nesse processo de instalação da banda Ku, principalmente nos municípios pequenos”, diz o empresário. Mas ele acredita que com a experiência do Brasil em DTH e em parabólicas, esse processo será bastante rápido.

Para a Brisanet, outro ponto que carece de definição para assegurar o sucesso do leilão, especialmente em relação ao interesse pelos lotes regionais, é o cronograma de implementação da rede do Programa Amazônia Integrado e Sustentável (PAIS). A rede subfluvial do PAIS é uma das obrigações colocadas para os operadores que vão disputar a faixa de 3,5 GHz. São 13 mil km de fibras na região Amazônica. “Muitas cidades no norte só serão viáveis para o 5G se houver essa rede, porque as cidades ficam quase todas à margem dos rios, mas precisamos saber rápido quando essa rede estará disponível e as condições”.

A Brisanet também diz que a prioridade será a faixa de 3,5 GHz, pelo menos do ponto de vista da empresa. A faixa de 700 MHz também interessa se vier a ser dividida, mas para ele essa será uma frequência mais importante para o acesso rural no futuro.

Evento discute novos atores no 5G

José Roberto Nogueira participa na próxima segunda, dia 22, do Fórum de Operadoras Inovadoras, organizado por Teletime e Mobile Time. O evento discute as perspectivas para o desenvolvimento de novas redes e para a entrada de novos atores no mercado de telecom. A Brisanet participa do debate sobre 5G, ao lado de Luiz Tonisi, presidente da Qualcomm Latin America; Luis Minoru, diretor de estratégia e novos negócios da Highline; e Rui Gomes, CEO, Um Telecom. Informações completas sobre a programação e condições de inscrição estão disponíveis no site do evento.

 

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