A Soluti planeja uma expansão internacional neste ano. De acordo com o CEO, Vinícius Sousa, a empresa de assinatura e identificação digital mira novos mercados na América Latina e Europa e vem estudando a legislação local dessas regiões: “Brasil é um dos grandes cases do mundo, isso facilita a nossa entrada em alguns países. Principalmente na América do Sul. Mas na Europa também”, indicou.
“A expansão pode acontecer com aquisição, montagem de escritório próprio ou através de parceiro local como provedor em cada país. Temos estudo para entrar em seis países na América do Sul, mas estamos levantando questões para entrar sem problemas”, disse o executivo. “No caso de Europa, Portugal é um grande pretendente para a nossa iniciativa. No primeiro semestre teremos a preparação. O começo da operação será no segundo semestre”, completou.
Como caso de sucesso para chegar nesses países, a Soluti apresenta os dados de 2020 da companhia. Ao todo, emitiu 1,8 milhão de Certificados Digitais (tradicional e em nuvem), um crescimento de 43% comparado ao ano anterior. Do total de emissões, 20% foram certificados digitais em nuvem. Além disso, contabilizou por mês 5 milhões de assinaturas digitais qualificadas puxadas pela área de saúde.
De acordo com o CEO, a Soluti tem 32% do mercado de certificado digital no País, sete pontos percentuais à frente do segundo colocado.
Brasil
Para o mercado nacional, a aposta da IDTech é no avanço do uso de identidade digital e assinaturas eletrônicas nos próximos três anos, uma vez que governo e empresas buscam desmaterializar e digitalizar processos. Uma grande etapa deste avanço é a recente Instrução Normativa nº5, que facilita ao acesso às identidades do ICP Brasil e a criação de certificado digital por videoconferência via CNH. Em vigor desde o dia 1º de março, a nova regra permite a qualquer pessoa (física ou jurídica) adquirir sua certificação digital com a carteira de habilitação à distância e sem ter biometria previamente cadastrada.
“Existia um abismo muito grande entre as identidades simples e avançadas. A normativa reduz esse distanciamento. Agora com a lei, nós vamos ampliar o portfólio com identidades e assinaturas eletrônicas, e entrar em aplicações correlacionadas com autenticação forte. Como um produto para RH e departamento educacional”, disse o CEO da Soluti. “Chegamos em um texto (junto ao governo) que permite criar certificado digital por videoconferência. Começa com base no Denatran (certificado a partir da CNH) e existe uma discussão para usar a base do TSE. Isso ampliará bastante”.
Sousa afirmou que a iniciativa é importante para o setor e para a sociedade, em especial pelo momento do novo coronavírus e a necessidade de manter as certificações funcionando neste momento. Contudo, se desconsiderar a pandemia, o executivo explicou que a normativa é “importante para facilitar o acesso à tecnologia para a sociedade”, além de eliminar “um tabu” de entregar a identidade digital para a pessoa certa.