Recurso ainda pouco conhecido entre músicos brasileiros, o "som de chamada" (ou ringback tone) pode ser um canal de divulgação interessante para artistas independentes. Foi o que indicou Diogo Paiva, executivo do iMúsica, em palestra do seminário Digital & Sync, realizada nesta quinta-feira, 18, no Rio de Janeiro. “Sons de chamada são uma estratégia interessante para artistas que querem divulgar o seu trabalho. Basta lembrar que, em média, pessoa recebe 20 ligações de pessoas distintas por mês”, disse o executivo.

Paiva ressaltou que além da facilidade de divulgação, o som de chamada está livre da pirataria, maior obstáculo enfrentado pela indústria fonográfica nos dias de hoje. “É seguro, porque o serviço está dentro da rede”.  Para o executivo, o maior desafio para os músicos independentes que optarem por essa ferramenta é o fato de as operadoras só darem destaque em suas plataformas para os hits. Para driblar esse problema, Paiva sugere que os artistas estabeleçam uma forma de comunicação direta com o público. “Pode ser por email ou por uma página do Facebook”.  Além disso, o executivo recomenda que o artista procure um agregador, capaz de distribuir seu conteúdo para as operadoras.

Paiva explicou que pelo modelo de negócios desse mercado, se uma música é vendida pela operadora móvel por R$ 3,00, por exemplo, 30% do valor é destinado a impostos e o restante (no caso, R$ 2,10) é repartido entre a operadora, que fica com 50%, e o agregador, que fica com a outra metade. Desses 50% do agregador, uma parcela é repassada para a editora e outra parcela para o artista. No exemplo de Paiva, dos R$ 3,00 da música, o artista fica com cerca de R$ 0,99. “Parece pouco, mas se ganha no volume”, afirma.

O som de chamada é popular na Ásia, com 60% de penetração de mercado. No Brasil esse percentual ainda é tímido, girando em torno de 3%. “Essa baixa penetração significa, no entanto, que esse mercado apresenta um grande potencial de crescimento”, aposta Paiva.     

 

 

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