O management da Telecom Italia descartou as propostas de mudanças na estratégia da empresa sugeridas pelo fundo Elliott, incluindo uma possível consolidação com outras empresas no Brasil (onde a Oi seria uma das principais candidatas). Em apresentação do grupo italiano para investidores nesta terça-feira, 17, a empresa rechaçou vários pontos da proposta do fundo de investimentos para a operação brasileira e entende que a combinação de negócios com qualquer empresa nacional, especialmente a Oi, “poderia resultar em significativo aumento de pressão de curto prazo para a TIM” dado o perfil financeiro da empresa em recuperação judicial. Note-se que não havia nenhuma proposta oficial na mesa, mas apenas uma sugestão de direcionamento estratégico de um grande acionista da companhia.

Na visão da Telecom Italia, isso poderia “potencialmente colocar em risco a implantação bem sucedida do Plano de Gestão [plano industrial do triênio 2018-2020 aprovado pelo conselho], assim como poderia dramaticamente mudar o perfil de geração de caixa das operações da TIM Brasil, além de materialmente aumentar o perfil de risco”. O plano foca na transformação industrial da companhia e endereça os desafios operacionais e financeiros do grupo – para o Brasil, o projeto é de R$ 12 bilhões no período.

O plano da controladora é que a TIM Brasil busque ganhar participação de mercado em segmentos de maior retorno, como o pós-pago, investindo em “infraestrutura premium” e na melhoria do engajamento com o consumidor. Da mesma forma, pretende aumentar a cobertura de ultra banda larga fixa e móvel. Assim, espera acelerar a geração de caixa por meio de um programa de eficiência e Capex inteligente.

O posicionamento em relação às propostas do fundo Elliott vai além da tele brasileira. A apresentação do management da Telecom Italia diz que uma “redução radical” do perímetro de ativos “não é uma estratégia de longo prazo sustentável, tampouco a melhor estratégia de criação de valor da TIM (Telecom Italia)”. O plano do Elliott propunha não apenas a consolidação no Brasil, mas também a separação da rede fixa na Itália, reduzindo a participação no braço de infraestrutura Inwit e uma total venda da divisão de cabos submarinos Sparkle. A TI rejeita o plano da Elliot por considerá-lo “prematuro/não aplicável”.

A Telecom Italia diz que a Inwit terá “relevância estratégica (…) especialmente à luz do desenvolvimento da 5G e do aumento da utilização de torres”. Já em relação à Sparkle, a empresa teria que considerar com cuidado não apenas pelo posicionamento competitivo da divisão, mas também pela regulação de “Golden Power” – ou seja, o poder de intervenção do governo italiano em companhias estratégicas. Ainda assim, diz que “a administração está avaliando os passos nesta direção”.

 

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