Um dos maiores problemas para o desenvolvimento de um ecossistema de empresas de inteligência artificial no Brasil é a falta de profissionais qualificados para atuar nessa área, como cientistas de dados. Este é um dos problemas mais urgentes identificados pela Associação Brasileira de Inteligência Artificial (ABRIA). Seu presidente, Jhonata Emerick, que é também CEO e fundador da DataRisk, sugere que o governo federal adote alguma política direcionada ao setor, seja para incentivar a formação de mão de obra ou para fomentar a pesquisa na área.
“Queremos nos aproximar do poder público de forma a estimular algum tipo de política direcionada. China e EUA estão se movendo e aqui no Brasil existe a iniciativa de Indústria 4.0. Gosto de fazer um paralelo com a indústria aeronáutica. Quando surgiu a Embraer, não havia ninguém aqui fornecendo para ela. Então o governo fomentou o nascimento de um ecossistema ao redor da Embraer. O governo agora precisa se posicionar em relação a isso (inteligência artificial)”, comenta Emerick, em entrevista para Mobile Time.
A ABRIA foi fundada em 2017 e conta com cerca de 100 associados, com empresas que aplicam inteligência artificial para diferentes finalidades, como chatbots, agronegócios, identificação de fraudes e medição de riscos etc. “Todas as startups lá têm produtos lançados e estão atuando, vendendo. Temos receio do hype (em torno de IA). Há muita gente falando e pouca gente fazendo”, comenta o presidente da ABRIA.
Além da aproximação com o governo federal, a entidade planeja a criação de comitês permanentes para a discussão de temas caros para o setor, como regulação, ética, chatbots etc.