O CEO da Klavi, Bruno Chan (no centro, na imagem de reprodução de vídeo), afirmou que o Banco Central deve olhar para a padronização da qualidade dos dados na próxima etapa do open finance. Em evento organizado por Distrito e Santander nesta terça-feira, 18, Chan afirmou que muitos bancos não prezam pelas qualidades dos dados que são trocados.

“Têm bancos que repassam dados ruins. Temos instituições que mostram apenas data, compra e Pix. Sem os dados apurados não dá para entender quem é o cliente. Isso é justamente importante porque algumas empresas mandam dados bons e outros inutilizáveis. Estamos passando por um momento que é importante trazer para o BC essa pauta para que o open finance não morra por falta de qualidade nos dados”, afirmou.

Benjamin Gleason, cofundador da Kamino (à esquerda na foto), fintech que automatiza operações financeiras para empresas, acredita que há uma série de dados que precisam estar estruturados para dar a foto completa. Explicou que mesmo em PJ, os dados que são compartilhados no open finance “não está tão evoluído” como em pessoa física.

Chan explica que essa relação da melhoria na qualidade de dados deve ser de “cima para baixo”, ou seja, o BC deve cobrar isso dos grandes bancos e depois pedir o mesmo para os participantes voluntários do open finance – em um movimento similar feito durante a padronização das APIs de troca de dados.

Adoção e velocidade

O CEO da Klavi afirmou ainda que, embora o open banking esteja com baixa adesão de usuários (15 milhões até o momento), seu ritmo está correto e não deve ser acelerado para não correr riscos de vazamentos e brechas de segurança. Por outro lado, Chan acredita que os bancos ainda não encontraram um caso de uso que atraia a grande massa a compartilhar seus dados financeiros para dar uma fotografia dos consumidores e, aí, sim, passar a fazer ofertas personalizadas.

“O ponto principal para mim é o consumidor saber que se tomar uma ação, ele terá uma contrapartida boa. Falta dar um benefício claro e óbvio”, disse o executivo, ao lembrar que há poucos casos de gestores financeiros em app.

Chan prevê que esse panorama completo só existirá quando o open finance brasileiro tiver 50 milhões de consumidores.

 

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