Os empreendedores do mundo móvel descobriram o potencial do mercado de beleza. Hoje dominado por salões que remuneram mal seus profissionais, o bilionário setor de serviços de estética apresenta uma oportunidade para apps de marketplace que façam a intermediação entre clientes e manicures, cabeleireiros e maquiadores, com atendimento a domicílio. Vários apps estão surgindo com essa proposta, dos quais dois já foram tema de matérias em MOBILE TIME: Singu e Posher. A expectativa é de um aumento da competição nos próximos meses.

"O app de beleza vai ser o novo app de táxi. Para este ano vamos viver no setor de beleza o que houve em 2013 com os táxis, com o surgimento de vários concorrentes. A competição vai ser forte. E vai acontecer como nos táxis: dois ou três apps dominarão o mercado", prevê o CEO e fundador do Singu, Tallis Gomes, com a experiência de quem atuou também no setor de táxis: ele foi o criador do Easy Taxi.

Julio Hirose, COO e um dos fundadores do Posher, clasifica os apps de serviços de beleza em dois tipos: aqueles que aproximam o profissional do cliente e os que funcionam como um agendador de salão, buscando o estabelecimento mais próximo com horário disponível. "Não acredito nesse segundo modelo, porque as clientes já têm o seu salão preferido. O futuro desse mercado é o atendimento em casa, porque poupa o tempo da cliente. É mais cômodo e ela não enfrenta o estresse do trânsito", avalia.

Os dois executivos concordam que haverá uma consolidação no futuro e que a qualidade do atendimento será preponderante para definir os vencedores. Por isso, é fundamental escolher bem os profissionais e treiná-los para que a experiência das clientes seja padronizada. Há apps que estão funcionando apenas como marketplace, sem se preocupar em controlar quem se inscreve para trabalhar. "Acho que vão prevalecer as empresas que estão se dedicando a montar suas redes de profissionais. Alguns apps mais caseiros não vingaram porque não investiram nisso, achando que era apenas uma questão de tecnologia, que bastaria criar um app", relata Hirose. Gomes acrescenta: "Nesse mercado não se ganha o jogo apenas tendo capilaridade, como nos táxis. Quem tiver a experiência mais legal, mais marcante e com as melhores marcas vai ganhar mais clientes".

Salões

No mercado de táxis, muitas cooperativas fecharam as portas depois do sucesso dos apps. Gomes não acredita que isso acontecerá com o salões de beleza. "Ir ao salão é um evento, é uma experiência para a mulher. Muitas vão com as amigas, querem estar naquele ambiente. O nosso público pode até ir a salão, mas algumas vezes precisa que o salão vá até ele. Somos uma alternativa para as clientes mais ocupadas. Os salões não vão acabar por causa disso. Uma experiência não exclui a outra", diz o CEO do Singu.

 

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