O Feirão Caixa é o maior evento de venda de imóveis no Brasil. Organizado pela Caixa Econômica Federal com a participação de 124 imobiliárias, a edição deste ano vai ofertar 202 mil imóveis, entre novos e usados, ao longo de seis finais de semana em 15 cidades do País. A expectativa este ano é superar a marca de 65 mil imóveis vendidos, que somarão mais de R$ 15 bilhões. Para auxiliar a população a tirar dúvidas sobre o Feirão da Caixa e fazer uma simulação de financiamento, o banco adotou pela primeira vez um chatbot aberto ao público.
O assistente pessoal virtual opera no site do evento e promove uma conversa guiada, em que o usuário precisa escolher entre algumas opções de perguntas e respostas para seguir adiante com o diálogo. O cliente consegue fazer a simulação escolhendo um dentre quatro critérios (valor do imóvel, valor do financiamento, valor da prestação ou valor da renda bruta familiar). Precisa também informar sua data de nascimento, se o imóvel que deseja é novo ou usado e se pretende usar o seu FGTS na compra. Com base nesses dados, a Caixa realiza a simulação, que acontece dentro do bate-papo, sem encaminhar o usuário para nenhum outro site. O chatbot informa de quanto precisaria ser a entrada, o valor total do financiamento, o número de prestações, o valor dos juros anuais, a renda familiar necessária etc.
O chatbot foi desenvolvido pela equipe de TI da Caixa. Em suas duas primeiras semanas de vida respondeu a mais de 250 mil perguntas. Nesse começo, o banco não fez qualquer divulgação do robô, pois queria avaliar como ele responderia à demanda inicial. Por ter suportado bem o volume de interações, a Caixa agora vai começar a promovê-lo e os números tendem a subir bastante ao longo das próximas quatro semanas de duração do Feirão.
O objetivo da Caixa com o chatbot do Feirão é experimentar esse novo canal de interação e também destravar eventuais barreiras culturais em relação à sua adoção, contribuindo para que tanto funcionários quanto clientes da Caixa se familiarizem com a tecnologia. Essa foi uma das razões para a escolha de uma conversa guiada em vez de uma solução com processamento de linguagem natural, explica Luisa Capurro, da Superintendência Nacional de Estruturação, Construção e Atendimento de Demandas de TI da Caixa. Além disso, há também uma questão de ordem prática: a Caixa ainda não tem um contrato para uso de uma plataforma de inteligência artificial para interface com seus clientes, ao contrário de Banco do Brasil e Bradesco, por exemplo. Isso está nos planos do banco, mas enquanto não é feita uma licitação, a empresa entendeu que já poderia experimentar um bot mais simples, no modelo de conversa guiada.
Agora a Caixa estuda levar a mesma solução para outras finalidades, que não apenas o Feirão Caixa. Espera-se que até o final do ano outras áreas do banco adotem esse mesmo tipo de bot para o contato com o público.
Aixa
A Caixa tem um bot para uso pelos seus funcionários e que conta com inteligência artificial, mas cujo contrato se limita ao atendimento de questões envolvendo tecnologia da informação dentro do banco. Trata-se da Aixa, que usa a plataforma de IA da Stefanini. Ela provê suporte a email, configura Wi-Fi, tira dúvidas sobre política de internet etc. Uma série de tarefas que antes requeriam a abertura de um chamado para um atendente humano desde o fim do ano passado são resolvidas fim a fim pela Aixa.
Super Bots Experience
O uso de bots e inteligência artificial por bancos será tema de um dos painéis do seminário Super Bots Experience, que acontecerá nos dias 8 e 9 de agosto, no WTC, em São Paulo. A agenda preliminar e mais informações sobre o evento, assim como venda antecipada de ingressos com desconto, estão disponíveis no site www.botsexperience.com.br ou pelo telefone/WhatsApp 11-3138-4619 ou pelo email [email protected].