O grupo techtools, empresa do banco JGI, apresentou nesta semana um hub com 12 startups em São Paulo, com foco em saúde, cibersegurança, recursos hídricos, educação e agricultura, o Supernova Hub. O espaço abriga, inicialmente, sete empresas, mas pode receber até 12 novas entrantes.
O grupo, que tem como seu presidente Jefferson Plentz, também conta com apoio da GE Healthcare, que presta suporte, monitoria e presta mentoria aos projetos. Ainda neste ano, o techtools deve ganhar espaços no Vale do Silício e na Europa, segundo Plentz.
Nesta empreitada, o techtools reservou a quantia de R$ 30 milhões aportar nas startups. Essas companhias estão em estágio inicial de maturação e em rodada de série A e série B de investimento. Durante o lançamento, Mobile Time conversou com quatro startups que participam do espaço. As empresas são todas ligadas à tecnologia e atuam em quatro vertentes: educação, saúde, agronegócios e cibersegurança.
Educação – A Interactivity, criada por Daniel Sollero (gerente geral) e Layla Guerra (gerente de conteúdo), é uma plataforma de educação em saúde. Ela possui uma parceria de conteúdo com a Escola de Educação Permanente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP para veicular cursos através de vídeos curtos através de uma tecnologia proprietária de vídeo. Como foco em mobile e web, a solução terá outra vertente além da educação: carreiras. Nela, a Interactivity busca ajudar a posicionar profissionais de saúde a entender seu lugar no mercado de trabalho ao traçar metas que ele pode atingir em sua carreira, além de mostra uma área com vagas abertas em cada localidade. Em seu planejamento, a primeira versão da plataforma será lançada em agosto para o segmento de negócios. Em setembro, a área de carreira e cursos gratuitos chega à plataforma e, em outubro, para o consumidor (de forma gratuita). Pelo menos 12 cursos já estão programados. O modelo de negócios da companhia é focado em cursos patrocinados e licenças de cursos para empresas.
Saúde – A Techbalance é uma companhia de saúde que tem como objetivo prevenir queda por parte dos idosos, um problema que causa um prejuízo de US$ 51 bilhões por ano nos Estados Unidos, segundo o CDC. Com foco em pessoas acima de 65 anos de idade, a solução da startup consiste em um dispositivo que fica nas costas do paciente e que mede a sua inclinação. Quando conectado a um app, este dispositivo alerta sobre a inclinação de seu corpo e o risco de queda ao idoso, além de enviar mensagem de emergência a cuidadores e familiares. De acordo com Fabiana Almeida, fundadora da empresa, o dispositivo pode ficar atrelado em uma cinta ou colete, mas deve ganhar uma versão mais simples com um adesivo conectado. Os primeiros produtos da Techbalance devem chegar ao mercado entre seis e 12 meses através de hospitais e clínicas. Não haverá venda direta ao consumidor. Inicialmente, o dispositivo não será vendido, mas sim os serviços com opções de R$ 18 (simples triagem), R$ 30 (feedback ou avaliação de marcha) e R$ 300 (uso contínuo).
Agronegócios – Em fase de desenvolvimento, a Eirene é uma empresa que criou um robô com inteligência para trabalhar com pulverização no campo. Conectado a uma rede LoRa (mas também em testes com SigFox), o equipamento usa um bico conectado com câmeras para identificar o tamanho da planta e calcular quantos litros devem ser usados para pulverizá-la. Avaliado em R$ 300 mil, o robô consegue carregar 800 litros, tem quatro motores, sensores, GPS e mais de 120 câmeras para identificação das plantas. A ideia do equipamento, segundo Eduardo Marckmann, CEO da Eirene, é reduzir em até 60% o gasto com defensivos agrícolas (agrotóxicos, inseticidas e pesticidas) em uma safra, que pode variar entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão. Além do robô, a startup trabalha ainda com a venda do bico inteligente para pulverizadores, um produto que deve chegar no segundo semestre com um valor de R$ 30 mil.
Cibersegurança – Criada por Taicir Khalil, a Melrisk é uma certificadora de informações. Ela surge como uma camada extra para empresas analisarem o histórico criminal e penal de seus clientes, algo complementar ao score financeiro. A ideia é alertar as companhias que aquele potencial comprador não terá condições de assumir uma dívida, pois pode estar devendo à Justiça, seja uma pensão alimentícia ou mesmo por estar foragido. A startup também trabalha com uma solução de identificação pessoal, para garantir que aquele comprador é ele mesmo, na hora da compra. Khalil explicou que os dois produtos devem chegar no segundo semestre e tem como público-alvo de suas soluções empresas de comércio, venda de serviços e financeiras. Um teste já está sendo implementado num e-commerce, mas o empreendedor não pode revelar seu nome.