O Google apresentou nesta terça-feira, 18, seu datacenter de computação quântica. De acordo com Sundar Pichai, CEO da Alphabet, controladora do Google, o espaço, que fica em Santa Barbara, Califórnia, é o começo de uma jornada plurianual para construir “um computador quântico corrigido de erros” e, com isso, melhorar a eficiência de baterias e endereçar avanços que a computação hoje não consegue processar.
Segundo Erik Lucero, engenheiro da companhia que lidera a iniciativa, o espaço inclui o primeiro datacenter quântico e o processador quântico Sycamore de 54 qubits – que faz as operações quânticas que ajudam a desenvolver novas aplicações. A ideia do Google é alcançar 1 milhão de qubits nos próximos anos.
Com tanto processamento, o datacenter utiliza refrigeradores (cryostats) com capacidade de esfriamento de 10 millikelvin, próximo do zero absoluto.
Saúde
Outros avanços que o Google apresentou nesta quarta-feira são do uso de inteligência artificial em saúde e em aplicações do Google. O primeiro destaque é um assistente dermatológico baseado na web que informa o tipo de dermatite que uma pessoa tem. Por meio de seu smartphone, o usuário tira três fotos de sua pele, cabelo ou unha, o modelo de AI analisa e informa qual a provável condição que a pessoa tem entre 288 tipos. Essa solução estará disponível inicialmente apenas na Europa.
Também em uso de inteligência artificial na saúde, o Google está trabalhando no uso de deep learning para reconhecer pacientes com tuberculose via análise de imagens de raio-x. Em um estudo apresentado no evento e publicado em parceria com a Cornell University, a estimativa é que o uso da inteligência artificial para reconhecimento de imagens reduz em 80% os custos para cada caso detectado com a doença.
Núcleo do Google
A companhia apresentou como novidade uma plataforma de contextualização de informação, o Multitask Unified Model (MUM). De acordo com Pichai, MUM é 1 mil vezes mais poderoso que a outra interface contextual do Google, Bert.
Além disso, a solução é multimodal ao compreender o que o usuário pede por texto, voz, vídeo ou imagem. Por exemplo, o internauta pode pedir para um vídeo do YouTube pular para o momento onde se vê um leão rugir.
Treinado em mais de 75 idiomas, MUM será usado no motor de pesquisa do Google, além de outros produtos da empresa nos próximos meses e anos. O CEO da Alphabet ressalta que essa é a primeira jornada de compreensão natural desse algoritmo.
Outro avanço do Google apresentado pelo executivo foi tecnologia de conversação por inteligência artificial, Language Model for Dialogue Applications (LaMDA). A ideia nesta solução é tornar a conversa entre usuário e um assistente virtual mais fluida.