A Cebit terminou na última sexta-feira, 18, na Alemanha. Desta vez, seus organizadores conseguiram renovar a feira, um dos principais espaços de tecnologia da informação na Europa. Nesta edição, foi possível ver espaços dedicados a realidade virtual, realidade aumentada, shows de música, produtos de telecomunicações e informática, empresas tradicionais buscando profissionais e startups, dando frescor ao ambiente.

Mobile Time conversou com algumas dessas novas entrantes para entender o universo delas, dentro e fora do Velho Continente. Ouvimos sobre soluções inovadoras em pagamentos, reconhecimento de imagens, smart home, sensores externos e até de engeneering emboding (engenharia incorporada, na tradução para português). Confira:

Smappe – Com cinco anos de existência, essa startup belga trabalha com sensores para smart home. São sensores que analisam consumo em energia elétrica, energia solar, gás de cozinha e água e enviam as informações para o app Smappe. Adicionado à estrutura inicial da casa, como a caixa de fusíveis, o dispositivo tem o formato de uma concha e capta os dados por uma espécie de ultrassom que ouve os sinais da rede elétrica na casa. Na feira, a companhia ainda apresentou um estudo com a WWF. Nele, a ONG ressalta que obteve uma redução semanal de 50% de gastos com energia elétrica no seu escritório em Hanói, Vietnã. Seu produto mais barato é um conjunto de três plugs que capta energia em tomadas, e é vendido por 37,19 euros. De acordo com Karen Smessaert, CMO da Smappe, seus produtos são vendidos globalmente. Inclusive para o Brasil, País que teve forte aumento de vendas na empresa em 2017. A entrega em território brasileiro é feita em até cinco dias, explicou Smessaert.

Neurocoms – Em parceria com a operadora K Telecom em serviços de segurança, esta startup da Coreia do Sul criou um pequeno dispositivo chamado Deep Runner, que, se acoplado ao sistema interno de câmeras (CCTV) é capaz de reconhecer pessoas e objetos através de aprendizado de máquina profundo (deep machine learning, em inglês). A inteligência artificial é baseada no Tensor Flow, do Google, o que permite fácil treino e aprendizado da ferramenta para identificar rostos, corpo de pessoas, acidentes com risco (como incêndios) e até animais.

CarPay Diem – Embora esteja com uma operação modesta, a CarPay Diem já possui mais de 20 milhões de usuários conectados em sua plataforma de pagamento contactless em postos de gasolina. O motorista pode pagar o abastecimento de seu veículo sem sair dele. Com uma API que pode ser embarcada em aplicativos de postos de gasolina, a ferramenta criada por Fréderic Stiernon, CEO e fundador da startup, integra bancos, postos de gasolina e sistema de navegação. Além disso, oferece publicidade através do perfil de cada usuário cadastrado no app. Na Cebit, Stiernon explicou para Mobile Time que estava expandindo seus negócios para fabricantes de equipamentos para carros e montadoras. Atualmente, a ferramenta está em Luxemburgo e na França. Em breve, irá para Alemanha, Espanha e Itália. Seu modelo de negócios é baseado nas transações feitas com sua API.

Xenoma – Em uma das principais tendências que estão aparecendo, a Xenoma, startup nascida na Universidade de Tóquio, criou uma camiseta inteligente, a e-Skin. O vestível pode ser incorporado à realidade virtual e atualmente age com apps mobile. Com seis sensores corporais, a solução consegue captar batimentos cardíacos e temperatura corporal, e pode ir na máquina de lavar. Segundo Ryohei Konishi, líder de novos negócios, a solução pode ser usada para treinamento em esportes, bem-estar, acompanhar a saúde de idosos e ser utilizada em treinamento nas indústrias. Entre as soluções já criadas com o app, está um jogo que capta corrida e pulo, e um outro aplicativo que analisa a tacada de um golfista. O uso da vestimenta inteligente com a realidade virtual está no radar da startup, mas eles querem desenvolver mais soluções móveis antes. Com uma parceria com a Universidade de Essen, Alemanha, a ideia da Xenoma é expandir sua operação para Estados Unidos e restante da Europa. Por enquanto, o modelo de negócios é apenas para o mercado B2B com um kit de desenvolvedor por US$ 5 mil. No futuro, eles venderão a camiseta com os sensores por US$ 500.

PriPay – Criada dentro do laboratório da Karlsruhe Institute of Technology (KIT), esta carteira digital faz uma gestão de pagamentos em sistemas offline e online. O sistema chamado de Privacy-Protecting Payment Systems (PriPay) consiste de uma solução com criptografia de ponta a ponta que realiza transações via NFC e avisa em tempo real para o operador (quando conectado). Ainda sem modelo comercial, a KIT trabalha para reduzir a quantidade de dados por transação (5 KB) antes de ir ao mercado. Mas entre as áreas que pretendem atuar estão os programas de recompensa, bilhetagem de transporte público e marketing.

Toposens – Com um dispositivo do tamanho de uma caixa de fósforo, esta startup alemã pretende captar dados através de um ultrassom 3D. Baseada em uma tecnologia proprietária chamada de near-field location, o aparelho TS Alpha pode captar informações através do som, segundo Barbara Brauner, gerente de desenvolvimento de negócios da Toposens. Em um dos casos mostrados, a solução era incorporada em um estacionamento para mostrar vagas disponíveis. Além de smart parking, outros usos para o TS Alpha são em carros, prédios e robótica industrial. Com um kit de desenvolvedor avaliado em 5 mil euros para B2B, a companhia pretende ganhar mais terreno fora da Europa e, assim, partir para o consumidor com uma solução que deve custar algumas centenas de euros.

Qoobo e Bocco – Fundado através do Kickstarter, o Qoobo é um travesseiro-robô com rabo e pelugem similar a um animal de estimação (gato ou cão). Criado pela Yukai Engineering, do Japão, a ideia deste equipamento é ser uma espécie de solução terapêutica que reage a cada toque de seu dono. Quando acariciado, ele mexe o rabo, que pode ser de forma gentil ou mais acelerada. Avaliado em 10 mil ienes (US$ 100), este robô é planejado para pessoas que ficam constantemente sozinhas, como idosos, crianças e solteiros. Por enquanto, a soluções só é vendida para os Estados Unidos e Japão. Outro equipamento que a empresa possui é o robô Bocco, que pode ser controlado por mobile por pais para se conectarem por voz com seus filhos. Com este robô, os pais mandam mensagem de voz (como no WhatsApp), o robô pisca para a criança ver a mensagem e ela aperta o play para ouvir. Se quiser responder, a criança pode apertar o botão de gravação. Avaliado em 29 mil ienes, este robô é vendido apenas no Japão.

 

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