Os jogos – sejam eles de tabuleiro ou digitais – salvaram do tédio e da mesmice muitas crianças e adultos ao longo dessa pandemia. Mas, dentro desse mercado, existe um segmento que começa a ganhar destaque: os áudio jogos. A novidade, que está em franca expansão, levou a Agência Benext, desenvolvedora de aplicativos de voz, a fazer um spin-off e criar a VUX, startup criadora de voice games para assistentes pessoais virtuais, como Google Assistente e Alexa, da Amazon. No ano passado, a VUX lançou o jogo de perguntas e respostas Mestre da Bola Tupi, em parceria com a tradicional estação de rádio carioca, sobre futebol. Em seis meses, o Mestre da Bola atingiu 600 mil usuários únicos e conta com 1,5 milhão de interações. A startup também fez uma parceria com a a editora de jogos de tabuleiro Grow para transportar três de seus principais produtos para a versão em áudio: Master, Perfil e Imagem & Ação. O trabalho foi realizado em apenas três meses e foi considerado um sucesso por Brunno Gens, COO da startup. Foram 100 mil visitantes únicos nesses 90 dias. Os jogos estão disponíveis em português, inglês e espanhol e já geraram 2,5 milhões de interações, com engajamento médio de 3,5 minutos. O sucesso fez a empresa se estruturar em pouco tempo para ser global.
“Voice game é top five em caso de uso no mundo. Tanto Google quanto Amazon enxergam que há um mercado grande a ser explorado. A VUX é uma empresa 100% focada em voice games, e não ficará restrita ao Brasil”, explica o chief operating officer, em conversa com Mobile Time. Não à toa, a startup já tem escritório nos Estados Unidos, foca o marketing também no México e está fechando uma frente de atuação na Europa. Agora, busca investidores para escalar. “Somos quatro sócios e, até o momento, investimos R$ 1,5 milhão. No momento, estamos à procura de um sócio-investidor para expandirmos globalmente de forma mais rápida”, complementa Gens.
O mercado de áudio jogos também promete expandir para outros ambientes, como veículos. A VUX está de olho nas soluções embarcadas para carros, mas sabe que a maior parte de seu público está nos smartphones. Para expandir e conquistar mais espaço, Gens cita três desafios: UX (user experience); retenção; e discoverability, ou seja, como as pessoas descobrem os áudio jogos. “Estamos focados em melhorar esses três pontos Em UX (user experience), queremos construir uma experiência única para o usuário, mas são perfis diferentes e que estão em devices diferentes. É um grande desafio”, explica.
A VUX faz áudio games individuais ou multiplayers, é capaz de criar versões para os assistentes de voz presentes nos celulares, nas assistentes pessoais como Alexa, e nos modelos com tela. “Embarcamos um HTML 5 e lançamos o jogo na tela”, explica Gens. E com relação ao modelo de negócios adotado, no momento, é a contratação da VUX pelas empresas parceiras para o desenvolvimento dos voice games. Mas Gens não descarta a possibilidade de inserir publicidade.
Além dos jogos já disponíveis, a startup em breve lançará um voice game em parceria com a Globo focado no público infantil, e um outro com uma segunda rádio. Gens explica que a VUX quer adquirir mais propriedades intelectuais (IPs na sigla em inglês) para transformar em áudio jogos.