A Freeddom, empresa brasileira que desenvolveu a primeira versão do Paggo sistema de pagamento móvel por SMS lançado pela Oi anos atrás, criou um novo serviço de m-payment, o Vappt. A proposta é transformar qualquer smartphone Android ou iOS dos lojistas em uma máquina de POS, independentemente da operadora móvel e sem a necessidade de acoplar um acessório para leitura de cartão. A transação é feita como se fosse uma compra não presencial, pela web, dispensando a apresentação do cartão de crédito pelo comprador e a digitação da senha bancária. O aplicativo do Vappt para Android e iOS, em versões diferentes para lojistas e consumidores, já está disponível para download.
O fato de não requerer um acessório para a leitura do cartão é a grande diferença do Vappt para outras soluções de POS móvel (mPOS) existentes no Brasil que seguiram o caminho da norte-americana Square. O diretor de novos negócios da Vappt, Guilherme Messiano, explica que a Square deu certo nos EUA porque o acessório é vendido a preço baixo (US$ 10) e pode ser encontrado em qualquer supermercado. "Não acreditamos nesse modelo para o Brasil. Aqui a distribuição não é tão simples assim. Nossos concorrentes entregam o equipamento na casa do usuário. O lojista precisa antes se cadastrar, pagar pelo device e esperar. Não é algo instantâneo", compara.
No Vappt, o lojista baixa o app e se cadastra em questão de minutos, informando nome completo ou razão social, CNPJ ou CPF e dados bancários. Não há necessidade de envio de documentos. Do lado do consumidor, o pagamento é feito pelo celular, via app móvel ou por SMS, o que viabiliza compras por quem não tem smartphone. No primeiro pagamento com Vappt, o consumidor informa parte do número do seu cartão no seu celular e o lojista digita no seu app apenas os quatro últimos dígitos e o código de segurança. "O objetivo é ter dois canais de cadastro do cartão: assim o número completo não transita em nenhum canal. Esse é um dos pontos mais fortes para prevenir fraudes", explica Messiano. Nas compras seguintes basta o consumidor escolher o cartão com o qual vai pagar e digitar uma senha de quatro dígitos para confirmação (é uma senha criada para o Vappt, diferente daquela do cartão, que não é requerida para a transação).
A comunicação entre comprador e lojista é toda feita na nuvem, pelo sistema do Vappt. O processo de pagamento é iniciado pelo vendedor digitando o número do celular do comprador em seu app e o valor do produto ou serviço. Ao mesmo tempo, o consumidor clica em um botão de autorização de pagamento no seu app e informa o valor que vai pagar. A plataforma cruza os dados, reconhece quem está pagando para quem e, em seguida, pede a senha Vappt para o consumidor. Toda essa movimentação, do lado do consumidor, pode ser tanto feita pelo app quanto por SMS. No caso do app, aqueles que não desejarem informar seu número telefônico para o lojista poderão adotar a opção de geração de um token ou de um QR code, a ser lido pelo smartphone do lojista.
Taxas e projeções
O Vappt cobra uma taxa fixa de 4,99% do lojista por pagamento recebido. Não há qualquer outro custo. O foco do Vappt são pequenos comerciantes e profissionais liberais que hoje não aceitam pagamentos com cartão de crédito porque o custo de manutenção é alto.
A empresa tem como meta conquistar 50 mil lojistas até o fim do ano, com um valor médio mensal de R$ 1 mil em transações cada um. Para tanto, está realizando uma divulgação pela Internet, em redes sociais, e contando com o boca a boca entre usuários. Além disso, fechou uma parceria com um distribuidor em Belém, que ficará encarregado de promover o Vappt na capital paraense e terá direito a uma pequena comissão sobre todas as transações realizadas com DDD daquela cidade.
A Freeddom estuda a possibilidade de lançar no futuro um modelo piramidal de "member get member", ou seja, quem indicar outros usuários receberá uma participação sobre a taxa cobrada pelo Vappt.