A base da Netflix cresceu menos do que o esperado no segundo trimestre, resultado de equiparação da política de preço das assinaturas. De acordo com balanço financeiro da companhia norte-americana, em junho, a empresa contava com 83,18 milhões de assinantes, sendo 79,9 milhões titulares (ou membros que pagam a conta). A própria companhia reconhece que o crescimento de 1,7 milhão de novos membros está abaixo da previsão (2,5 milhões) e do registrado ao fim do segundo trimestre de 2015, quando cresceu 3,3 milhões.
"Estamos crescendo, mas não tão rápido quanto gostaríamos ou já fizemos", disse a companhia em carta aos acionistas. A justificativa seria um aumento "significativo e inesperado" do churn após anúncio em abril de nivelar o preço dos planos também para usuários antigos. "Achamos que alguns membros perceberam a notícia como um novo aumento de preço em vez de a finalização de dois anos de direitos adquiridos". Segundo a Netflix, o churn não foi tão significativo entre os membros mais recentes, que já pagavam os planos nos valores atualizados.
A companhia também vê o crescimento de competidores no mercado de VOD como Amazon Prime, Hulu e YouTube Red, mas enxerga como um avanço geral das over-the-tops (OTTs) frente às horas consumidas em TV linear, e não em competição entre si. A empresa diz ainda não acreditar que a saturação de mercado seja um fator chave nos EUA. Observa aumento em vários países com desafios, citando a baixa renda no Brasil como exemplo, mas lamenta dificuldades de entrada na China, onde explora "novas oportunidades".
A companhia prevê que no terceiro trimestre a base adicionará 2,3 milhões de acessos, totalizando 85,48 milhões (82,40 milhões pagantes). O crescimento será guiado pelo mercado internacional, que tem atualmente 36,05 milhões de assinantes (33,89 milhões de acessos pagos), aumento de 1,52 milhão. Nos Estados Unidos, a companhia conta com 47,13 milhões de acessos (46 milhões de assinantes pagos), aumento de 160 mil no trimestre. A Netflix cita ainda a adição de conteúdos como séries da Warner Channel e da nova série (e catálogo) da franquia Star Trek em 188 países e após 24 horas da estreia nos Estados Unidos e no Canadá, onde será transmitido pelo canal CBS.
Aumento na receita
O lucro líquido teve um aumento de 54,75% no trimestre, totalizando US$ 40,755 milhões. A receita subiu 28% e encerrou o período com US$ 2,105 bilhões.
Do total da receita, o streaming doméstico foi responsável por US$ 1,208 bilhão, um aumento de 17,78%. Os streamings internacionais representaram US$ 758,2 milhões, avanço de 66,72%. No total, streaming digital foi de US$ 1,966 bilhão, aumento de 32,81%. Ainda em atividade nos Estados Unidos, o aluguel de DVDs gerou receitas de US$ 138,7 milhões, um recuo de 15,42%.
A companhia espera chegar ao breakeven na base de lucro líquido em 2016 e gerar lucro material de 2017 em diante. O crescimento do lucro operacional será conseguido ao reduzir as perdas internacionais e no contínuo crescimento dos ganhos nos EUA.