|Publicado originalmente no Teletime| Além da oferta tríplice pela unidade móvel, a Oi também recebeu uma proposta vinculante, irrevogável e irretratável da empresa Highline do Brasil II Infraestrutura de Telecomunicações pela unidade produtiva isolada de torres (UPI Torres). Segundo o fato relevante divulgado na madrugada deste sábado, 18, a Highline se comprometeu a adquirir a unidade por R$ 1,076 bilhão, estabelecido com base na receita líquida dos sites.
Vale destacar que as torres são um ativo que será vendido separadamente da unidade móvel da Oi. Ou seja, a proposta da Highline não compete com aquela feita por Claro, Vivo e TIM pela Oi móvel. A proposta das três operadoras inclui o direito de usar as torres, não as torres em si. A unidade de torres separada é um dos elementos da proposta de aditamento ao plano de recuperação judicial da Oi, que ainda precisa ser votada em assembleia geral de credores, prevista para agosto. A UPI será formada com “100% das ações de emissão da sociedade de propósito específico que reunirá os ativos e passivos relacionados às atividades de sites de telecomunicações outdoor e indoor de transmissão de radiofrequência da companhia e suas subsidiárias”.
Highline
A Highline se comprometeu, observadas “determinadas condições”, a pagar o valor total de R$ 1.076.740.878 pelo ativo, caso seja vencedora de processo competitivo conforme a Lei nº 11.101/2005 (Lei de Falência e Recuperação Judicial).
A Highline é uma empresa de infraestrutura de telecomunicações. Em 2017, a empresa foi comprada pela SBA Torres Brasil, do grupo norte-americano SBA Communications, que também atua no mesmo mercado de “towercos”. A transação foi aprovada pelo Cade em novembro do mesmo ano, na época afirmando que a a participação de mercado da SBA ainda ficaria abaixo de 20%. E em 2019 a investidora de infraestrutura Digital Colony adquiriu 100% da Highline.
A própria Oi já havia vendido torres para a SBA em 2013 e 2014. Foram três transações, com um total de R$ 3,384 bilhões (valores da época)
Credores
Segundo a Oi, a proposta está em linha com a implantação do plano estratégico de transformação das empresas e com a proposta de aditamento ao plano da RJ. A empresa reitera que a alteração do plano precisa ser aprovada na assembleia de credores e, depois, homologada pelo Juízo da RJ. Vale lembrar, contudo, que grandes bancos credores – responsáveis juntos por cerca de R$ 8 bilhões da dívida – já teriam manifestado à companhia o desagrado pela proposta do aditamento.
O fato relevante da companhia termina enfatizando estratégia na infraestrutura fixa. “A Oi reitera seu compromisso com a execução de seu Plano Estratégico e o foco na sua transformação em maior provedora de infraestrutura de telecomunicações do país, a partir da massificação da fibra ótica e internet de alta velocidade, do provimento de soluções para empresas e da preparação para a evolução para o 5G, voltada para negócios de maior valor agregado e com tendência de crescimento e visão de futuro.”
Em junho, a Oi recebeu oferta vinculante pela unidade de data centers pela Piemont Holding. Ao todo, a intenção da companhia é levantar R$ 22,8 bilhões com a venda dos ativos.
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