chip; semicondutor

Ilustração: Cecília Marins

A rede 5G está sendo lançada gradativamente nas capitais brasileiras, tendo começado por Brasília neste mês. Paralelamente, as operadoras iniciam as encomendas de SIMcards compatíveis com a nova tecnologia, no padrão do release 16 do 3GPP. Os pedidos ainda estão um tanto tímidos: a operadora mais adiantada no Brasil solicitou que 20% da sua compra anual de chips já seja 5G. Outras ainda estão formatando os primeiros pedidos, relatam fontes ouvidas por Mobile Time.

A troca de SIMcard para um modelo compatível com novos parâmetros da rede 5G é essencial para que o assinante consiga acessar todos os novos recursos dessa tecnologia, principalmente alguns relacionados à segurança, explica Salvador Cabrera, diretor da Valid Mobile, e uma das fontes ouvidas para esta matéria. Isso não quer dizer que os SIMcards atuais não consigam se autenticar nas redes 5G, mas a própria GSMA recomenda que seja feita a troca dos chips, argumenta uma fonte de outra fornecedora de SIMcards. É esperado, portanto, que mais cedo ou mais tarde todas as operadoras brasileiras se abasteçam com SIMcards compatíveis e estimulem a troca para os usuários que tiverem smartphones 5G.

“A demanda por SIMCards 5G no Brasil ainda está devagar, gostaria que estivesse mais avançada. Não vejo uma adoção massiva de chips 5G neste ano pela velocidade que temos até agora. Mas basta uma operadora inovar que as outras vêm atrás”, comenta esta segunda fonte.

Falta de chipsets

Embora ainda haja escassez mundial de chipsets, ela ainda não atrapalha a produção de SIMcards 5G justamente porque a demanda ainda é pequena e porque os fabricantes priorizam o modelo 5G sobre as versões anteriores.

“O SIMcard 5G é diferenciado. Ele é mais refinado, tem mais tecnologia embarcada, com especificidades que requerem uma produção diferenciada. Não vai ser tão commodity quanto foi o SIMcard 4G. Em condições normais, dá para atender o mercado. Mas se todas as operadoras do mundo quisessem comprá-lo hoje, não teria para todas”, comenta a mesma fonte.

Cabrera, da Valid Mobile, acredita que a crise mundial de falta de chipsets deve perdurar mais 12 a 18 meses, ou seja, o problema ainda será sentido em 2023 e só deve se estabilizar perto de 2024. Mas isso não atrapalha quem tiver se planejado bem e construído um estoque com inteligência. “Entendemos que estamos fazendo uma ótima gestão da falta de componentes. Temos conseguido gerenciar bem isso no Brasil. Não perdemos nenhum pedido. Vamos acompanhar e viver essa contingência até 2024, mas com sucesso”, relata o gerente comercial da Valid Mobile no Brasil, Jairo Lima, também em conversa com Mobile Time.

 

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