A OpenAI injetará US$ 10 milhões na associação de apoio ao jornalismo regional dos EUA, a American Journalism Project (AJP). Do capital anunciado nesta terça-feira, 18, US$ 5 milhões serão em dinheiro e os outros US$ 5 milhões serão dados em créditos para que as empresas de mídia local acessem APIs da empresa de inteligência artificial, de modo a melhorar e criar iniciativas voltadas ao jornalismo local.
A CEO da AJP, Sarabeth Berman, afirmou que a parceria é uma chance para o jornalismo local estar envolvido no desenvolvimento da IA generativa. Já Sam Altman, CEO da OpenAI, afirmou que o projeto pode fortalecer a democracia e ajudar a reconstruir o jornalismo no interior dos EUA, além de mostrar para todos que a IA é uma ferramenta para melhorar qualquer trabalho.
Entre as ações esperadas que devem criar diálogo entre a indústria de mídia regionalizada e a OpenAI, estão a criação de um estúdio para treinamento de profissionais do jornalismo regional em inteligência artificial e um aporte em pelo menos dez mídias que podem explorar os benefícios da IA.
Vale lembrar, esse é o segundo projeto anunciado pela OpenAI com organizações jornalísticas em menos de uma semana. Na última sexta-feira, 14, a companhia firmou uma parceria com a Associated Press para indexar o histórico de notícias em sua base de dados.
Análise
Com projetos criados com grandes e pequenas empresas de mídia, a OpenAI coloca mais pressão para que outras plataformas digitais e de inteligência artificial fechem acordos com os veículos de mídia. Em especial, Google e Meta.
As duas big techs travaram batalhas com reguladores, legisladores e empresas de mídia na Austrália, Alemanha, França e Canadá, que pedem principalmente o pagamento pela indexação de notícias. Essas grandes plataformas têm fechado acordos com veículos nessas localidades, mas geralmente apenas com os poucos veículos da grande mídia.
O jornalismo profissional custa caro. Mesmo assim, os acordos do Google e Meta sempre estão a reboque de ameaças de tirar as notícias das plataformas e dos usuários, seguidas por potenciais reveses comerciais e regulatórios.
Os veículos de mídia que fazem cobertura independente, regionalizada e especializada, seguem com suas notícias sendo pirateadas pelas grandes plataformas digitais, que não pagam pelo material noticioso que as alimenta.