Mobilidade está na pauta da maioria dos executivos e gurus de marketing e tecnologia em todo o mundo. No Brasil, não é diferente. Porém, o cenário tupiniquim possui questões específicas que nos diferencia.

Três aspectos chamam atenção: a velocidade de conexão, o perfil das pessoas que utilizam a Internet móvel e a diversidade de aparelhos utilizados para navegação.

Dados de uma pesquisa do Datafolha apontam para uma estimativa de 41 milhões de brasileiros acessando a Web com aparelhos móveis. Para se ter uma ideia, esse número representa mais do que a soma da população de países como Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai.

Trata-se em grande parte de pessoas da classe C, que utilizam celulares mais antigos, com planos pré-pagos (por R$0,50/dia) para navegar usando uma conexão lenta ou apenas o Wi-Fi em determinados dias e horários. Além disso, esse perfil de usuários, em geral, não baixa aplicativo, pois não possui espaço no HD dos seus smartphones ou tem péssima qualidade de conexão.

No entanto, noto claramente no Brasil ações empresarias com grandes investimentos e expectativa quanto ao sucesso dos apps. Muitos deles com resultados financeiros questionáveis devido à baixa adoção dos usuários. Em parte, isso se explica pela miopia de executivos de marketing e de TI sobre a melhor estratégia mobile para sua empresa.

Veja algumas questões comuns ao marketing que precisam ser analisadas antes da definição da melhor estratégia mobile:

–  Mercado-alvo;

–  Segmentação de clientes;

–  Perfil tecnológico;

–  Necessidades dos clientes em movimento;

–  Objetivos comerciais do canal;

–   Integração de canais;

–   ROI (Retorno do investimento)

Existem diferentes possibilidades para oferecer uma experiência móvel excelente às pessoas, uma delas é o uso de apps em conjunto com sites na Internet. Outra são os sites móveis e, ainda, os sites responsivos. Todas possuem benefícios e riscos.

O uso de aplicativos é mais adequado para pessoas das classes A e B, especialmente que necessitam usar com frequência as funcionalidades disponíveis no app, como visualização de saldo, compra de ingressos para cinema etc. Mas a convivência do aplicativo com um site na Web que ofereça uma ótima experiência móvel também é fundamental.

Para empresas que desejam atender às demandas da classe C – que representa aproximadamente 54% da nossa população – o mais indicado é desenvolver sites pensados em oferecer uma ótima experiência às pessoas que estão em movimento, considerando o tamanho pequeno das telas.

Para isso, existem dois caminhos: desenvolver um site móvel para uso exclusivo em smartphones ou planejar um site responsivo. As duas opções são interessantes e possuem características específicas.

Site móvel:

–  Benefícios: prazo menor de desenvolvimento, experiência de uso em aparelhos específicos; performance;

–  Riscos: conteúdos diferentes e duplicados, manutenção e atualização, indexação em sistemas de busca – o Google não recomenda, não contempla a diversidade de aparelhos, necessidade de exaustivos testes de usabilidade;

Site Responsivo (responsive design):

–  Benefícios: Um site para todos os aparelhos, experiência de uso, conteúdo íntegro, SEO amigável, diferentes tamanhos de tela, pensamento minimalista, custo x benefício, atualização de conteúdo;

–   Riscos: performance, prazo maior para desenvolvimento, mão de obra especializada, arquitetura de informação, testes.

Conhecendo profundamente o cliente e tendo em mente as possibilidades tecnológicas atuais, as decisões empresariais tendem a ser mais assertivas e tornam possível obter resultados excelentes no curto prazo. Não custa lembrar: há um crescimento exponencial das vendas via aparelhos móveis (o chamado m-commerce), mas esse tema vamos deixar para um próximo papo.

 

 

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